18 Abril 2024, Quinta-feira
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Esconder a doença é uma forma de a tratar?

Uma das maiores lições que a pandemia nos deixa é a confirmação de que está enraizada a mentalidade de que as coisas devem ser escondidas. Quase 50 anos depois do 25 de Abril, para muita gente – muito mais do que se imagina – continua a ser melhor ocultar a realidade do que confirmar a verdade.

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A propósito da Covid, quase todos já perceberam como a falta de transparência grassa um pouco por todo o lado, na generalidade dos sectores, e bem próximo de nós temos alguns dos piores exemplos.

Em vez de comunicarem o que se passa, as instituições procuram esconder, várias vezes até, mais do que por omissão, recusando responder aos jornalistas ou outros interessados.

Repare-se, por exemplo, no caso dos hospitais. Enquanto dos maiores hospitais do país, sobretudo do Norte, vamos vendo os directores e outros responsáveis a falarem abertamente na televisão, em Setúbal nada se sabe. Em vez de comunicar com a população, ou pelo menos responder aos jornalistas, para que todos saibamos em que situação está a resposta à pandemia, em cada momento, no Hospital de São Bernardo, os responsáveis optam por nada dizer.

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Esta postura, partilhada por outras entidades públicas, a começar pela Direcção-Geral de Saúde e Administração Regional de Saúde, é até contraproducente e prejudica a prevenção e o combate à doença. O ridículo da situação chega ao ponto de até entidades sem prejuízo com a verdade, por não terem responsabilidade e ou competências na matéria, participarem também activamente, nalguns casos até com prazer, nesse esforço de esconder a informação.

Parece que a liberdade de imprensa e o direito à informação são importantes apenas quando dá jeito.

É a triste mentalidade que temos

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