19 Abril 2024, Sexta-feira
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2020 – uma nova década

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2020 – uma nova década
Mário Moura - Médico
Mário Moura –
Médico

 

Passámos de ano, passámos de década!

Estas passagens no tempo fazem-nos sempre pensar que algo vai mudar, que alguma coisa tem de mudar para que os tempos que se seguem sejam melhores do que aqueles que vivemos. Assim vamos procurar os sinais que nos possam dar alguma esperança de que na realidade os tempos que entram irão ser melhores do que os que passaram.    E não são as grandes cortinas de fogo de artificio que vamos vendo na televisão à medida que o novo ano se inicia, brilhando nos céus de Sydney, e em Tóquio, em Pequim, em Moscovo, entrando depois pela nossa Europa dentro (Londres, Paris) até chegarmos ao nosso país e à nossa cidade de Setúbal, que nos fazem apagar muitos outros sinais de mau augúrio que fomos vivendo nos últimos meses do moribundo 2019.  Porque temos ainda , e todos os dias, nos olhos os tremendos incêndios da Austrália sem fim à vista, as multidões dos habitantes de HongKong incendiando carros e arremessando tochas sobre a polícia de choque, na procura de liberdade, as concentrações dos chamados “coletes amarelos” deixando na sua indignação à sua passagem uma destruição de montras e automóveis, ou assistindo passivamente ao afogamento no Mediterrâneo de centenas de migrantes fugindo da fome e da guerra nas Áfricas, sendo acolhidos por arame farpado e muros.  Eentre nós – vendo a corrupção que invade a nossa vida nos mais incríveis meios, dos dirigentes políticos aos meios bancários, ás empresas ou aos mais incríveis meios como o futebol, por exemplo. Tudo isto se mistura com as cores e os desenhos dos foguetes que cruzam os ares nesta passagem de ano que passámos há dias.

Teremos então alguma esperança de que o 2020 nos traga um mundo mais feliz e mais tranquilo do que o 2019?  Será que os Estados Unidos da América e o Irão  serão o gérmen duma terceira guerra mundial a sério, pois que ela já está em marcha “aos pedaços” como diz o Papa Francisco?       E será que o novo ano nos vai trazer uma conscientização dos perigos reais da maneira como tratamos a “mãe Terra”? Será que vamos assistir a uma ação dos nossos governantes que coloquem em primeiro lugar das suas preocupações os problemas ecológicos? Ou serão todos como o Primeiro Ministro da Austrália que mesmo com o país a arder declara que são fantasias as afirmações dos cientistas ao dizerem que estamos mesmo no ponto de viragem do processo do aquecimento global e que a situação se tornará incontrolável  se as medidas não começarem a ser postas em execução imediatamente.     Cada um de nós tem nas suas mãos a possibilidade de iniciar esta ação reparadora dos malefícios da nossa civilização. Todos temos de pensar nas manifestações das juventudes por esse mundo fora que – eles sim – sentem que o mundo que os espera pode ser progressivamente inabitável.  Temos de emendar muitos dos nossos atos do dia à dia, poupando água, fazendo uma reciclagem correta dos lixos que se produz nas nossas casas, temos fazer guerra aos plásticos, temos de tentar evitar gastar energias fósseis e preferenciar energias renováveis o que é razoavelmente fácil num país cheio de sol e a beira do oceano.  Assim entraremos num novo ano com estes propósitos – mas bem firmes – de termos um comportamento ecológico e uma decisão de deixarmos de ser indiferentes aos problemas, participando vivamente nos processos políticos da nossa cidade, do nosso país e da União em que estamos integrados. Estamos numa situação em que todos temos de estar comprometidos e todos temos de fazer algo – mesmo pouco – para um muindo melhor, não só – como é habito pedir – de paz e amor, mas ecologicamente útil para a salvação do nosso planeta, pois como já aqui disse, nem a lua nem marte nos podem valer!