26 Julho 2024, Sexta-feira

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A nossa Câmara é um edifício digno e está num excelente local da zona histórica de Montijo

A nossa Câmara é um edifício digno e está num excelente local da zona histórica de Montijo

A nossa Câmara é um edifício digno e está num excelente local da zona histórica de Montijo

11 Setembro 2017, Segunda-feira
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Nos muitos milhões de euros que a coligação PSD/CDS, promete de investimento para o concelho, nas eleições autárquicas de 2017, inclui uma câmara nova na zona ribeirinha de Montijo.
Esta história dos muitos milhões de investimento, leva-nos a pensar que os membros do PSD/CDS, sabem da existência de petróleo no Rio Tejo, no esteiro de Montijo ou ouro na vala de Malpique que eles vão explorar.
A Câmara de Montijo está instalada num edifício histórico muito digno que foi inaugurado em 1879, para ali funcionar o Tribunal e a cadeia da comarca de Aldeia Galega que abrangia os concelhos de Aldeia Galega, Alcochete, Barreiro e Moita.
Com o crescimento dos concelhos da margem sul que pertenciam à comarca de Montijo, o edifício tornou-se pequeno para ali funcionar o tribunal e a cadeia e no fim dos anos cinquenta do século passado foi construido o palácio da justiça e a cadeia atuais.
A Câmara presidida pelo Sr. José da Silva Leite, negociou com o governo a propriedade do histórico edifício, com a intenção de o restaurar e decorar para ali instalar a câmara.
Milhares de Montijenses ainda vivos sabem desta história. As obras da cadeia e do palácio da justiça foram feitas com mão de obra prisional.
Em Fevereiro de 1965 terminaram a obras da 1ª fase do restauro e adaptação do edifício às suas novas funcionalidades (1º andar). E a Câmara de Montijo passou a funcionar no local onde ainda hoje se encontra. Foi ainda deliberado pela câmara nesse mês encomendar um projeto para os arranjos interiores.
A Câmara de Montijo está instalada num local de elite da cidade há 52 anos, num edifício que faz parte da história e da memória da nossa comunidade há 138 anos, com um salão nobre bem decorado, os corredores revestidos a azulejos e todos os gabinetes com luz solar, pois o edifício tem dezenas de janelas na frente, nas laterais e nas traseiras.
Todos os Montijenses gostam da nossa câmara, é das poucas coisas em que todas as forças política do concelho têm estado de acordo até agora que o PSD divergiu e quer construir uma câmara nova, quando todas as câmaras procuram estar instaladas em edifícios antigos e dignos.
Quem tem razão de queixa do edifício da câmara são os deficientes e os idosos, porque as escadas da câmara são muito inclinadas e de pedra, tanto as que dão acesso ao átrio do edifício, como as que ligam o rez-chão ao 1º andar.
A câmara deve construir elevadores para acesso ao edifício no espaço da Praça Gomes Freire de Andrade e se precisar de mais espaço também pode alargar o edifício para esse lado.
Para os Montijenses ficarem a conhecer a importância histórica que representou nessa altura para a nossa comunidade a inauguração deste edifício em 1879, transcrevo parte de um texto publicado por José de Sousa Rama “As coisas da nossa Terra” em 1906:
“Foi um dia festivo para a nossa villa, o de 25 de Maio de 1879. em que se inaugurou o edifício do tribunal judicial, onde estão incluídas a repartição da administração do concelho, a da fazenda nacional e a cadeia da comarca.
Para a solenidade da inauguração, convidara a câmara: o presidente de conselho de ministros, Fontes Pereira de Mello; o ministro dos negócios estrangeiros Andrade Corvo; o ministro da justiça, Couto Monteiro; o procurador régio, Faria de Azevedo; o dr. Oliveira Soares e os deputados Adolpho Pimentel, Faria e Mello, Manuel de Assumpção, Fuschini e Barroso. Dois vapores, fretados pela referida câmara, conduzindo esta cooperação e muitos dos nossos patrícios, foram ao encontro do Lusitano que partira de Lisboa e que trazia a seu bordo, os convidados acima mencionados.
Ao aproximarem-se estes vapores, em frente do Montijo, grande número de vivas se soltaram então à família real, a Fontes Pereira de Mello, etc., subindo ao ar muitas girandolas de foguetes. A ponte caes que se achava vistosamente enbandeirada, estava apinhada de povo, aguardando a chegada dos vapores. Por ocasião do desembarque a filarmónica 1º de Dezembro tocou o himno real e queimaram-se mais girandolas de foguetes.
Em todo o percurso do trajecto seguido pelos visitantes, o povo formava alas respeitosamente.
A chegada ao edifício effectuou-se cêrca das duas horas, à porta, uma força de Caçadores I, composta de 26 praças, sob o comando de um tenente, fazia a guarda honra. A filarmónica 1º de Dezembro tocava num coreto armado perto do edifício do tribunal.”
Depois de ter escrito este artigo tive conhecimento que do programa da CDU para as autárquicas 2017 consta a construção de uma câmara nova ao fundo da Calçada, a zona mais degradada de Montijo.

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