Comissão de Trabalhadores anunciou que “vai exigir à empresa o regresso à mesa das negociações”
Os trabalhadores da Autoeuropa rejeitaram esta quarta-feira um acordo laboral válido por três anos, que garantia aumentos salariais de 6,8% em 2024, e de 2,6%, ou 0,6% acima da inflação, em 2025 e 2026, com 57,7% de votos contra.
Segundo a Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa, dos 4.888 trabalhadores inscritos, exerceram o direito de voto 3.932, dos quais 1.645 (41,8%) votaram a favor do pré-acordo e 2.268 (57,7%) votaram contra, tendo-se registado 956 abstenções (19,6%), 10 votos em branco e nove nulos.
Face à rejeição do pré-acordo laboral no referendo realizado na terça-feira e ontem, a CT já anunciou que “vai exigir à empresa o regresso à mesa das negociações”.
O pré-acordo que tinha sido alcançado nas negociações entre a Comissão de Trabalhadores (CT) e a administração da fábrica de automóveis da Volkswagen/Autoeuropa, além dos aumentos percentuais previstos no salário base, no subsídio de turno e no trabalho ao fim de semana, assegurava também um prémio de objectivos anual que poderia proporcionar, em média, mais de 2.500 euros a cada trabalhador.
Previa ainda um prémio único a atribuir em 2025, equivalente a um mês de salário, pelo lançamento do novo modelo híbrido T-Roc, que será produzido a partir do próximo ano de 2025 na fábrica da Volkswagen, em Palmela.
Antes da votação, a CT lembrou que os aumentos previstos no pré-acordo negociado com a administração da empresa permitiriam salvaguardar o poder de compra dos trabalhadores da Autoeuropa, face a qualquer factor interno ou externo.
O director-geral da Autoeuropa, Thomas Hegel Gunther, em comunicação interna dirigida aos trabalhadores antes do referendo, salientou que o referido pré-acordo previa “um dos aumentos salariais mais altos na história da Volkswagen/Autoeuropa”, mas advertiu para o aumento dos custos de produção na fábrica em tempos desafiantes para a indústria automóvel europeia.