Álvaro Beijinha, considerou que se trata de uma infraestrutura importante “para dar resposta aos investimentos em curso” nesta região
A nova subestação de Sines, um investimento global da E-Redes de 8,3 milhões de euros, inaugurada esta terça-feira, vai permitir aumentar a capacidade de produção e de consumo energético para responder aos desafios da transição energética nesta região.
O projeto, que se insere no plano de investimentos da E-Redes, empresa do grupo EDP, incluiu a construção de uma subestação e de “um conjunto de 20 quilómetros de linhas” de alta e média tensão em Sines, no distrito de Setúbal, explicou o presidente do conselho de administração da E-REDES, José Ferrari Careto.
De acordo com o responsável, além de reforçar “significativamente” a presença da empresa no território, este investimento teve como objetivo “a melhoria da qualidade de serviço” e o aumento da “capacidade de receção” para “produção distribuída” e consumo de energia.
“Como sabemos isto é uma zona muito intensa [e] estamos a preparar-nos no sentido de podermos acolher mais clientes nesta zona”, afirmou José Ferrari Careto, em declarações à agência Lusa à margem da inauguração da nova infraestrutura.
De acordo com a E-Redes, em comunicado, além da nova subestação, que tem uma potência instalada inicial de 31,5 MVA (megavolt-ampere), foi também construída a rede de alta tensão, “que alimenta a subestação”, e a nova rede média tensão “que vai interligar à já existente”.
Isto permitirá aumentar “a capacidade de receção de produção na Rede Nacional de Distribuição” e melhorar “a qualidade de serviço na rede de média tensão a sul da cidade de Sines”, indicou.
“Já temos vários clientes diretamente ligados a esta subestação”, em alta e média tensão, “e depois temos uma rede de baixa tensão que é alimentada a partir desta subestação que depois vai distribuir a eletricidade às casas das pessoas, ao comércio e serviços que também são importantes”, realçou o responsável.
As novas infraestruturas, cujas obras decorreram num prazo de 36 meses, vão abastecer cerca de 1800 clientes residenciais e oito clientes empresariais, revelou a empresa.
Questionado sobre o desafio que os investimentos previstos e que estão a decorrer no Complexo Industrial e Portuário de Sines representam para a empresa, José Ferrari Careto disse ser “transversal a toda a rede de alta, média e baixa tensão”.
“Temos uma rede que precisa de se modernizar, precisa de se digitalizar e é por isso que estamos neste momento num processo de aumentar significativamente o investimento que fazemos”, sublinhou o responsável, aludindo para o Plano para o Desenvolvimento e Investimento da Rede de Distribuição e para o Plano de Investimento para a Baixa Tensão.
Em conjunto, acrescentou, entre 2026 e 2030, estes dois planos, ”têm um investimento associado de 3 mil milhões de euros”, com o objetivo de renovar, digitalizar e reforçar a rede operada pela E-Redes.
“Temos de nos preparar para os aumentos de consumo e para o aumento da produção distribuída que liga à nossa rede e este investimento [em Sines] faz parte dessa preparação, obviamente não é o único, este ano, investiremos 340 milhões de euros” de norte a sul do país, afirmou.
À Lusa, o presidente da Câmara de Sines, Álvaro Beijinha, considerou que se trata de uma infraestrutura importante “para dar resposta aos investimentos em curso” nesta região, mas lembrou que continuam em falta “muitos outros investimentos”.
“Todos estes investimentos precisam de muita energia, muita água, mas também precisam de pessoas e essas pessoas que se espera que venham para Sines trabalhar, naturalmente, precisam de um sítio para viver”, sendo “absolutamente indispensável haver investimento” na área da habitação, defendeu.
No seu entender, esse investimento deve ser repartido entre o município, “que já manifestou a disponibilidade de ceder terrenos para construção”, o Governo e as empresas que “estão a investir e que vão ter necessidade de muita habitação para os seus trabalhadores”.