Novo administrador da infra-estrutura portuária diz que a possibilidade de imposição de tarifas à Europa “não tem tido implicação ao nível da receita”
O presidente da Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS), Pedro do Ó Ramos, disse esta quarta-feira que a ameaça das tarifas dos Estados Unidos à Europa não teve impacto na receita, mas tem causado alguma “imprevisibilidade”.
De acordo com o novo administrador do Porto de Sines a possibilidade de imposição de tarifas dos Estados Unidos da América (EUA) à Europa “não tem tido implicação ao nível da receita”.
No entanto, acrescentou, face às perturbações no comércio global, a administração tem “sentido imprevisibilidade” na gestão de alguns dos seus concessionários.
“A tal previsibilidade que achamos essencial para o porto não tem acontecido”, explicou o administrador, dando o exemplo de alguns dos concessionários, como o Terminal de Contentores, que, actualmente, “têm semanas cheias” e “outras semanas [em] que existe alguma indefinição”.
Admitindo que a imposição de tarifas “não seria bom para a economia portuguesa”, Pedro do Ó Ramos explicou que no actual cenário, em que as tarifas ainda não estão em vigor, as empresas antecipam-se e continuam “a meter carga” no Porto de Sines.
“O que era absolutamente certinho e regular, neste momento, numa semana aparece uma coisa e noutra semana aparece outra, mas, no final do dia, não temos tido problemas, nem diminuição [da receita] por causa das tarifas”, afiançou.
Desde que regressou à Casa Branca (presidência), em Janeiro, Trump anunciou medidas tarifárias contra a grande maioria dos parceiros comerciais dos Estados Unidos, algumas das quais foram suspensas temporariamente até 9 de Julho, devido à reacção negativa dos mercados.
As medidas em vigor incluem tarifas de 25% sobre o aço, o alumínio e os seus derivados, 25% sobre os automóveis importados e certas peças automóveis, juntamente com uma tarifa de base de 10% aplicável a todos os seus parceiros comerciais.
Para a UE, esta tarifa de 10% poderá aumentar para 20% após o termo da actual pausa dos Estados Unidos em Julho.
Na sequência da imposição dos direitos aduaneiros, os Estados Unidos já celebraram acordos comerciais com o Reino Unido e a China para reduzir as taxas e aumentar o acesso a esses mercados.