“Para 2022 o nosso objectivo é que os resultados se mantenham à volta dos números do ano passado”

“Para 2022 o nosso objectivo é que os resultados se mantenham à volta dos números do ano passado”

“Para 2022 o nosso objectivo é que os resultados se mantenham à volta dos números do ano passado”

José Luis Cacho, presidente da APS, apoia criação de “rede europeia de produção de energias verdes” que ajude “a uma melhor optimização e gestão dos recursos energéticos da União Europeia”

 

As opções estratégicas para o Porto de Sines entre 2020 e 2030 têm o objectivo principal de “tornar Sines um porto para o mundo, trazendo o mundo para o porto enquanto o prepara para um futuro cada vez mais moderno, inovador, digital e eficiente”.

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A O SETUBALENSE, o presidente da Administração do Porto de Sines, José Luís Cacho, fala sobre a tendência de crescimento do porto, que espera manter apesar da situação da guerra na Ucrânia, dos projectos que tem em curso e também daqueles que o futuro trará.

Mesmo nos dois anos de pandemia, o Porto de Sines continuou a registar resultados positivos e em 2021 alcançou mesmo o seu melhor ano de sempre, ultrapassando a barreira dos 1,8 milhões de TEU’s (unidade equivalente a 20 pés) movimentados. A que se devem estes resultados?

Estes resultados devem-se à estratégia que o Porto de Sines tem vindo a seguir na perspectiva de procurar desenvolver novas áreas de negócio com a consolidação de novas cargas, novos projectos, complementares à actividade principal do porto, ligada à energia e a toda a indústria petroquímica e procurar novos desenvolvimentos que de certa forma assegurem a sustentabilidade do porto. Isto levou a que em 2019 assinássemos um contracto de renovação da concessão com a PSA, que pressupõe que o conjunto de investimentos vá levar ao crescimento, a que seja possível nos próximos dez anos duplicar a carga que o porto faz em termos de contentores. 2021 é já o resultado dessa tendência de crescimento que se prevê para o Porto de Sines. O crescimento foi muito centrado na carga contentorizada e houve também um crescimento significativo na questão do gás natural e do gás natural liquefeito (LNG), que também tem tido um crescimento muito significativo no Porto de Sines.

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Com o terceiro trimestre já fechado, que resultados se podem esperar para 2022?

Infelizmente, dado o contexto global que se alterou com a questão da guerra, é um ano difícil, é um ano em que há de facto alguma quebra nas economias a uma escala global e naturalmente isso vai-se reflectindo nos portos. Quanto a Sines, as expectativas deste ano era que tivéssemos um resultado muito em linha com aquilo que conseguimos o ano passado, mantermos o crescimento interno, obviamente com um pequeno decréscimo. O nosso objectivo é que os resultados, com mais um pouco ou menos um pouco, se mantenham à volta dos números do ano passado.

Como é que o Porto de Sines vê o acordo entre os governos de Portugal, Espanha e França para a criação de um corredor “verde” de energia?

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A nossa perspectiva, a perspectiva do país e um pouco do Governo, é que de facto se crie uma rede europeia toda ligada de energias, de produção de energias verdes, que numa fase transitória pode funcionar com gás natural e no futuro poderá funcionar com o hidrogénio ou outros gases renováveis. Portanto é essa a perspectiva, criarmos algo que ajude de certa forma a termos uma melhor optimização e gestão dos recursos energéticos da União Europeia.

Que papel deve o Porto de Sines assumir nesta “revolução” a que assistimos ao nível das energias renováveis?

O Porto de Sines tem duas perspectivas dentro da sua estratégia, uma de avançar rapidamente para as energias renováveis, energias verdes, e assegurar também a produção de hidrogénio, molécula fundamental principalmente para a indústria, daí falar-se na reconversão ou upgrade de toda a indústria petroquímica e química existente em Sines. O oxigénio verde vai de facto ser uma molécula muito importante na reconversão de toda essa indústria que existe em Sines e nesse âmbito temos uma estratégia que assegurará a sustentabilidade, das empresas e do Porto de Sines. Apostamos muito no desenvolvimento da produção de energias renováveis, que inclui também a produção de hidrogénio e da amónia. Há um conjunto de projectos verdes, na perspectiva da energia, que são fundamentais e vão de certa forma revolucionar todo o tecido industrial e até mesmo o próprio porto nos próximos anos.

De que forma os avultados investimentos projectados para a região de Sines e Litoral Alentejano, por parte do Governo e do sector privado, vão potenciar o crescimento do Porto de Sines?

Todos esses investimentos, e são muitos, que têm vindo a ser anunciados pelo Governo e também pela AICEP Global Parques, são investimentos de grande dimensão que vão naturalmente contribuir para a sustentabilidade do porto.

A APS lidera o projecto Agenda Nexus, que envolve um investimento de 91 milhões de euros financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Quais são os objectivos deste projecto e os próximos passos?

É um projecto que une sete entidades, incluindo empresas, liderado pelo Porto de Sines, que tem como objectivo principal a descarbonização e a digitalização de todo o corredor logístico de Sines. Todas as empresas que utilizam, quer sejam carregadores quer sejam operadores logísticos ou de transporte, todos cabem neste projecto e de forma integrada pretendemos aumentar o grau de digitalização, que vai contribuir para a eficiência deste corredor, para ajudar quem importa e exporta a ter melhores e mais competitivas condições para fazer importações e exportações, tendo um impacto económico grande na economia. Também na perspectiva da descarbonização, foi neste sentido que criámos este projecto, que recebeu uma boa classificação pelas entidades que fazem o acompanhamento do PRR e que envolve empresas, universidades e entidades não empresariais do Sistema de I&I, as ENESII, que têm uma componente grande de I&D (Investigação e desenvolvimento) neste projecto. É, portanto, uma parceria forte entre o conhecimento e a inovação, entre as empresas e as universidades, que naturalmente dará resultados futuros muito interessantes ao corredor logístico de Sines, tornando-o mais eficiente, competitivo e descarbonizado.

Em que consiste o projecto de parceria entre o Porto de Sines e o Porto de Roterdão?

A parceria com o Porto de Roterdão envolve empresas, como a Shell e a Vopak, ligadas ao hidrogénio verde também, e tem por objectivo produzir hidrogénio verde em Sines e transportá-lo via marítima para Roterdão, criar um corredor de hidrogénio verde para Roterdão. Foi um projecto seleccionado a nível europeu, entre 30 projectos. Foram escolhidos três e o nosso foi um deles. É um projecto que tem óptimas condições e é uma excelente parceria com os holandeses do Porto de Roterdão e com as empresas, pelo que temos uma grande expectativa no seu desenvolvimento.

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