Litoral Alentejano com quase 100M€ para mitigar efeitos do fecho da central de Sines

Litoral Alentejano com quase 100M€ para mitigar efeitos do fecho da central de Sines

Litoral Alentejano com quase 100M€ para mitigar efeitos do fecho da central de Sines

Vinte milhões deste valor serão “afectos a políticas públicas” a implementar pela Comunidade Intermunicipal do Litoral Alentejano

 

O Governo prevê disponibilizar 98,9 milhões de euros para mitigar os efeitos do encerramento da Central Termoeléctrica de Sines na região do litoral alentejano através do Fundo para a Transição Justa, revelou a comunidade intermunicipal.

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“O valor global [é de] quase 99 milhões de euros, dos quais 20 milhões serão afectos a políticas públicas” a implementar pela Comunidade Intermunicipal do Litoral Alentejano (CIMAL), explicou à agência Lusa o presidente deste organismo, Vítor Proença.

Segundo o presidente da CIMAL, as restantes verbas “vai privilegiar várias áreas” como a “formação, mas também empresas de grande dimensão e PME”, ou seja, pequenas e médias empresas.

O montante global do Plano Territorial para a Transição Justa (PTTJ) destinado ao litoral alentejano foi transmitido pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, na segunda-feira, durante uma reunião com os cinco autarcas da CIMAL.

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Segundo Vítor Proença, houve “um acréscimo” da verba que será disponibilizada pelo PTTJ, que passou de “cerca de 74 milhões para 98,9 milhões” de euros, para a região do litoral alentejano.

“Há um acréscimo de valores e há sobretudo o resultado aparente da pressão que a CIMAL fez junto da Autoridade de Gestão e do Ministério da Coesão Territorial para que, no Fundo de Transição Justa, que é uma verba disponibilizada pela Comissão Europeia (CE), as políticas públicas não fossem prejudicadas”, frisou.

Em comunicado, a CIMAL, composta pelos municípios de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines, no distrito de Setúbal, e Odemira, no de Beja, explicou que o plano visa “mitigar” as “consequências negativas” da “transição para uma economia com impacto neutro no clima”.

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“Trata-se de um fundo e um financiamento para regiões que afectadas pelo desmantelamento de empresas que eram grandes produtoras de emissões de gases com efeito de estufa”, como a Central a Carvão de Sines, disse Vítor Proença à Lusa.

Esse fundo prevê que os territórios sejam “ressarcidos” tendo a CE estabelecido um conjunto de regras” relativamente “às candidaturas, ao não financiamento de empreendimentos ou investimentos que sejam portadores de novas emissões gasosas de CO2” e à inclusão “de políticas públicas”, precisou.

“Para surpresa nossa verificámos que, num primeiro aviso de concurso, estavam grandes empresas da área de Sines, grupos económicos muito fortes, inclusive a própria EDP que tinha desmantelado uma empresa”, argumentou o autarca.

Nesse sentido, os cinco municípios transmitiram à ministra Ana Abrunhosa que a CIMAL “estaria a ser ultrapassada” e que o “privilégio das grandes empresas era algo negativo para a região”, vincou o também presidente da Câmara de Alcácer do Sal.

“Na reunião, vimos que há uma sensibilidade para aquilo que a CIMAL colocou”, com o reforço da verba”, acrescentou.

De acordo com o autarca, os 20 milhões de euros que serão “imputados” à CIMAL irão servir para uma candidatura de mobilidade suave, que permitirá a introdução de “modelos de transporte e modelos cicláveis que não sejam emissores de CO2 e gases com efeito de estufa”.

“Congratulamo-nos com o facto de o Governo ter acedido à nossa exigência de que a verba do Fundo de Transição Justa não seja substituída, mas antes seja acumulada com as restantes verbas que venham a ser contratualizadas através do Programa Regional Alentejo 2030”, afirmou.

Segundo a CIMAL, entre as medidas propostas para este território, “está a reintegração profissional possível dos cerca de 550 trabalhadores afectados pelo encerramento” da Central a Carvão de Sines, “a par da criação [de] programas de formação e do apoio ao empreendedorismo com vista à criação do próprio emprego”.

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