Cultura siniense governa-se com 2,75 milhões de euros por ano

Cultura siniense governa-se com 2,75 milhões de euros por ano

Cultura siniense governa-se com 2,75 milhões de euros por ano

Festival Músicas do Mundo absorve metade do bolo. Estratégia programática associa-se ao Turismo. Concertos, gastronomia e artes de rua em destaque. Dinâmica do movimento associativo, que garante artesanato, dança, expressões plásticas e teatro, complementa política cultural do município

 

A Cultura em Sines governa-se este ano com 2,75 milhões de euros, o que corresponde a 6,5% do Orçamento Municipal. Mas só o Festival Músicas do Mundo (FMM)– principal evento do calendário anual artístico do concelho, que já é referência internacional –absorve metade do valor, restando assim 1,375 milhões para dividir pelas outras propostas da oferta cultural.

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E há ainda a juntar os apoios aos produtores locais de eventos que em 2022, segundo a autarquia, totalizaram 100 mil euros.

Ano após ano, da música às artes de rua, passando pelas tasquinhas gastronómicas, pelo Carnaval, e terminando nas festividades tradicionais que dão expressão à crença religiosa ou nas acções de promoção e divulgação do património local (como visitas guiadas ao Museu e ao Centro de Artes), Sines atrai largas dezenas de milhares de visitantes. Razão pela qual o município não dissocia a aposta cultural do sector turístico, articulando uma estratégia programática que concilia as duas vertentes – a calendarização integrada das Tasquinhas Sines, que dá a provar as especialidades culinárias regionais e de vários cantos do Mundo, com o FMM é disso exemplo.

Nuno Mascarenhas, presidente da Câmara Municipal de Sines, assume mesmo que o planeamento dos grandes eventos por parte do município tem sempre em conta “a ligação da Cultura ao Turismo”.

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A política cultural do município, que assenta em três eixos principais– “valorização do património e da memória; dinamização dos equipamentos culturais; e calendário de eventos”, sublinha –, passa também pela dinâmica do movimento associativo local.

Na página que administra na Internet, o município siniense destaca uma dezena de associações culturais e até incentiva à apresentação de propostas para a realização de eventos, com uma ligação própria dirigida a artistas ou produtores que pretendam colocar de pé projectos como exposições ou espectáculos.

Dez associações
As dez associações promovem as artes e tradições, em vários domínios. Artesanato, ensino, dança, expressões plásticas e teatro são, entre outras, áreas que estão na base da acção das entidades associativas.

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O artesanato está representado pela “Arte Velha – Associação de Artesãos de Sines” e pela “Lãs com Arte – Associação de Artesãos de Porto Covo”. O ensino é assegurado pela Associação “Pró Artes Sines”, responsável pela Escola das Artes do Alentejo Litoral, e a dança (de salão, moderna, latino-americana e outros estilos) é promovida pela “Associação Recreativa de Dança Sineense”.

No que toca às artes plásticas, o Centro Cultural Emmerico Nunes assume-se como cooperativa cultural que apresenta, através de exposições não permanentes, trabalhos das várias áreas que integram este segmento cultural. A acção teatral encontra respaldo na “Contra-Regra – Associação de Animação Cultural/Teatro do Mar”, companhia especializada em teatro de rua.

A folia da tradição comemorativa do Entrudo é garantida pela “Associação de Carnaval de Sines” e a formação musical é assegurada pela “Sociedade Musical União Recreio e Sport Sineense”, que se destaca neste particular pela sua banda filarmónica.

A “Associação Cultural devaneio”, dedicada à criação artística, à consciencialização política e à acção social entre os jovens do concelho, e a “Associação dos Serviços Sociais Culturais e Desportivos dos Trabalhadores das Autarquias Locais de Sines” fecham a lista.

 

Referência etnográfica A histórica ‘Jangada de São Torpes’ que marcou um modo de vida

Julga-se que seja de origem fenícia e em Sines é tida como “a mais singular manifestação
etnográfica do concelho”. Trata-se da Jangada de São Torpes, uma embarcação que, segundo o município, foi “usada até há pouco tempo com regularidade naquela praia situada entre Sines e Porto Covo” para a apanha de marisco.

Na descrição apresentada, a autarquia lembra os pescadores-cabaneiros, residentes junto
das praias de São Torpes, que até meados da década de 1980 faziam da comercialização de marisco para os restaurantes modo de vida. Em Sardenha e Marrocos há embarcações
idênticas à de Sines (que o autor Vítor Torres Mendonça acredita ser o modelo usado Nilo) que os fenícios adoptaram.

“Apesar de residual, é conhecido ainda hoje o uso da ‘jangada’ em pescarias ocasionais”, lê-se no site do município, onde se sublinha que a navegabilidade destas embarcações obriga a dias de mar muito calmo, até porque são mais propícias a uso em águas fluviais ou ribeiras.

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