‘Corrida aos Patos’ em Porto Covo gera discórdia

‘Corrida aos Patos’ em Porto Covo gera discórdia

‘Corrida aos Patos’ em Porto Covo gera discórdia

Evento está agendado para as 15h00 desta quarta-feira. Associação Animal fala de iniciativa “cruel”. Presidente da Junta de Freguesia, Cláudio Rosa, responde e acusa a Animal de “bullying psicológico”.

A associação Animal exigiu, esta terça-feira, o cancelamento da “Corrida aos Patos” prevista para amanhã em Porto Covo, concelho de Sines, mas a organização nega qualquer acto de violência e pretende manter o evento.

- PUB -

Em comunicado, referindo ter relatos de pessoas conhecedoras desta tradição – que se repete todos os anos por altura das Festas de Porto Covo, em honra da padroeira da aldeia -, a associação frisou que se trata de “um evento cruel e absolutamente desnecessário”.

“Largam-se patos na baía, cortam-lhes parte das penas das asas para ser mais difícil a movimentação e as pessoas andam a nadar atrás deles”, disse.

A Animal manifestou-se também empenhada em “impedir a realização da ‘Corrida aos Patos’”, tal como “já aconteceu com tantos outros eventos em que o mote é o abuso dos animais”. Para tal, a associação apelou ao envio de e-mails com o intuito de cancelar a iniciativa: “Iniciámos há três dias um apelo aos nossos apoiantes para um envio massivo de e-mails para o presidente da Câmara de Sines e para o presidente da Junta de Freguesia de Porto Covo”.

- PUB -

“Embora tenham seguido já centenas de mails, a verdade é que ainda não recebemos resposta”, adiantou a associação de defesa dos animais.

A presidente da Animal, Rita Silva, reiterou ontem ainda, em declarações à agência Lusa, que “a atitude correcta é parar” com o evento, agendado para as 15h00 de amanhã, na baía de Porto Covo.

“Há uns meses impedimos duas apanhas do porco e vamos sempre apelar para que as pessoas escrevam às entidades responsáveis com a intenção de que estas substituam esta parte da diversão por uma coisa que não seja cruel”, afirmou, considerando “estranha e desrespeitosa” a falta de respostas da organização.

- PUB -

A dirigente argumentou também que, “em 2018, a tradição não pode ser justificação para tudo e não faz sentido andar a correr atrás do animal”. “Neste caso, as pessoas podem levá-lo para casa e não deve ser para fazer festas”, acrescentou.

Presidente da Junta critica actuação da associação

Contactado pela Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de Porto Covo, Cláudio Rosa, acusou a Animal de “bullying psicológico” e de agir de forma incorrecta.

“Antes de fazerem queixas vinham ver se a organização põe em causa a integridade física dos animais e, depois, podiam agir judicialmente ou fazer o que entendessem”, afirmou o autarca, que remeteu para hoje mais declarações sobre o assunto, durante a largada dos patos.

Por sua vez, Andreia Lobato Ferreira, tesoureira da Junta de Freguesia, confirmou a recepção dos e-mails e afirmou que a organização não vai cancelar o evento.

“A ‘Corrida aos Patos’ não vai ser cancelada, até porque não é verdade o que dizem. Não cortamos as asas e as patas aos animais” e a prova disso é que “alguns voam e já não voltam”, disse a responsável, que negou existir qualquer tipo de violência contra os patos. Os animais, frisou, “são lançados à água, num barco de apoio e depois as pessoas nadam até junto deles para os apanhar”.

“O pato fica com a pessoa que o apanha, sem violência, e até há pessoas que ficam com o pato como animal de estimação”, explicou.

Além da “Corrida aos Patos”, as festas desta aldeia turística do concelho de Sines, que terminam nesta quinta-feira, incluem iniciativas como uma procissão das velas, um concerto com João Pedro Pais e fogo-de-artifício.

Lusa

Partilhe esta notícia
- PUB -

Notícias Relacionadas

- PUB -
- PUB -