“Cartas com Ciência” já conta com mais de 800 cientistas e 580 estudantes

“Cartas com Ciência” já conta com mais de 800 cientistas e 580 estudantes

“Cartas com Ciência” já conta com mais de 800 cientistas e 580 estudantes

Programa, lançado há quatro anos, tem como finalidade “combater as desigualdades sociais, usando a ciência como ferramenta”

Mais de 800 cientistas e 580 estudantes dos países de língua oficial portuguesa já aderiram, desde 2020 ao programa de troca de cartas da associação “Cartas com Ciência”, que actua junto de comunidades de baixos rendimentos, foi hoje divulgado.

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O programa, que foi lançado há quatro anos, tem como objectivo “combater as desigualdades sociais, usando a ciência como ferramenta e, especificamente, nos países e comunidades de língua portuguesa”.

“Desde 2020, já participaram nos nossos programas de troca de cartas mais de 580 jovens em todos os países de língua oficial portuguesa e já temos uma comunidade de cientistas de mais de 800 pessoas”, disse à agência Lusa, Mariana Alves, uma das coordenadoras do projecto.

Quatro anos volvidos, a responsável fez um balanço “muito positivo” do projecto, dando como exemplo os cerca de 300 cientistas “que se encontram ainda em lista de espera” para trocar cartas, além do elevado número de escolas que também pretendem aderir.

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“Neste momento, procuramos mesmo entidades que estejam interessadas em investir no projecto para o podermos profissionalizar”, reforçou Mariana Alves, acrescentando que o projecto conta com mais de 35 voluntários de sete países de língua portuguesa.

A responsável falava em Sines, no distrito de Setúbal, à margem do evento de encerramento do projecto “Maré de Ciência” que foi implementado, este ano lectivo, na Escola Padre António Macedo (ESPAM), em Vila Nova de Santo André, no concelho de Santiago do Cacém, e na Associação Cabo-verdiana de Sines e Santiago do Cacém.

“Este projecto cria uma conversa individual, personalizada e duradoura, entre cientistas e alunos, em língua portuguesa e ao longo de um ano lectivo, não só sobre a ciência, mas também sobre ultrapassar obstáculos, criando uma relação que humanize quem pode ser cientista e para que mais pessoas jovens sintam que a ciência também é para elas”, frisou.

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Nos concelhos de Sines e Santiago do Cacém, o programa desafiou 22 alunos de várias nacionalidades a participarem “em três rondas de trocas de cartas” com cientistas, que foram “enviadas por correio”, e a participarem em algumas sessões de vídeo chamada para troca de impressões.

“Ao todo participaram 22 pares jovem/cientista, tendo os alunos falado com cientistas de vários países e também de várias áreas do saber, incluindo a História ou a Biologia”, explicou.

Para Vítor Fernandes, professor de Biologia e Geologia na ESPAM, esta “foi uma aposta certa” não só para os alunos, como para o docente que, ao longo deste ano lectivo, ajudou cerca de 16 jovens, entre os 14 e os 16 anos, “a escreverem cartas aos cientistas”.

“Para eles foi muito bom falar, discutir e conversar com cientistas das diferentes áreas”, vincou.

Também segundo Elisabete Lopes, técnica da Associação Cabo-verdiana de Sines e Santiago do Cacém, o projecto foi bem recebido pelas seis crianças de várias nacionalidades, que integram o projecto de Ocupação de Tempos Livres, por se tratar “de uma experiência diferente e de uma realidade nova”.

Por seu lado, Mónica Medina, uma das cientistas que participa neste projecto, revelou à Lusa que a experiência “tem sido muito gratificante” e “inspiradora”.

“De certa forma, estou a mostrar àquela criança o caminho que não me foi mostrado, e a inspirar uma criança, independentemente de ser ciência ou não, a ver que há uma cabo-verdiana que está noutro país a fazer ciência”, relatou.

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