Álvaro Beijinha quer Sines na agenda do investimento público do Governo

Álvaro Beijinha quer Sines na agenda do investimento público do Governo

Álvaro Beijinha quer Sines na agenda do investimento público do Governo

Na cerimónia de tomada de posse foi ainda realizada a primeira sessão da assembleia municipal, que vai ser liderada pelo MAIS

Álvaro Beijinha foi, na tarde desta segunda-feira, empossado presidente da Câmara Municipal de Sines, na cerimónia de instalação dos órgãos autárquicos, que se realizou no centro de artes da cidade.

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Numa intervenção pautada pela exaltação da necessidade de colocar Sines na agenda do Governo, o presidente sublinhou a falta de investimento público que acompanhe o investimento privado e minimize o seu impacto no concelho.

“Sines assume um papel estratégico para o País, seja pela sua localização privilegiada, pelo seu porto de águas profundas ou pela sua plataforma logística, energética e industrial. Aqui se fixaram e estão a fixar-se dos maiores investimentos privados do país. Esta realidade faz de Sines uma terra de oportunidades, mas também de grandes desafios e, por isso, temos de estar bem preparados”, alertou.

“É, por isso, determinante, que haja um novo olhar, desde logo, por parte do Governo. Que responda ao problema do acesso à habitação, que aumente a resposta no acesso à saúde, que aumente o alargamento da escola pública e a resposta de muitos serviços públicos, nomeadamente o transporte, onde o comboio de passageiros, por exemplo, é absolutamente estruturante para a mobilidade dos fluxos de trabalhadores que todos os dias entram em Sines”.

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Para Álvaro Beijinha, os governantes não podem “reiteradamente falar da importância que Sines assume para o País” e não implementarem políticas “que contribuam para um desenvolvimento mais sustentável e que beneficie quem cá vive e trabalha”. Garantiu, por isso, endossar o convite ao Primeiro-Ministro para visitar Sines “como forma de o consciencializar dos problemas” que enfrenta e da “necessidade urgente em definir-se uma estratégia que assente em investimento público para ajudar a resolver os problemas e que, naturalmente, prepare o futuro”.

O novo presidente da câmara municipal alertou que “só um novo olhar sobre Sines, por parte do Governo, e com uma nova gestão autárquica, mais enérgica, mais ativa e mais presente”, será possível traçar um futuro preparado para os novos desafios que se adivinham.

Álvaro Beijinha deixou, assim, a garantia de que o seu executivo será uma “voz ativa e firme na exigência de mais investimento público por parte do Governo, para Sines”, mas, também, a certeza de ter a “perfeita noção dos muitos outros problemas que afligem o concelho e que são da responsabilidade da câmara municipal”, como o espaço público, com os seus arruamentos e espaços verdes, a excessiva burocratização dos serviços municipais, bem como a falta de investimento na área do saneamento e da água.

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Para conseguir um investimento em todas essas áreas, o autarca disse ser preciso mais trabalho por administração direta da câmara municipal, reorganizar equipas, rentabilizar e reforçar meios e equipamentos. Continuou sublinhando, também, a importância de um acompanhamento muito mais presente das empreitadas públicas e dos contratos dos prestadores de serviços à autarquia.

Sem esquecer a identidade do concelho, Álvaro Beijinha destacou outros setores que considera que se devem manter vivos e dinâmicos, como a pesca, o turismo, o comércio local e os pequenos empresários, nas suas diversas áreas de atividade. Realçou a aposta no setor do turismo como uma das suas prioridades, pretendendo contrariar “a imagem de Sines vincadamente industrial” e anulando a sazonalidade na procura por parte dos turistas.

O autarca investido declarou que os próximos quatro anos “serão, seguramente, tempo de mudança” e evidenciou como uma das primeiras medidas de fundo “uma profunda reorganização na estrutura orgânica dos serviços municipais”, afirmando querer uma Câmara “mais eficiente, mais ágil, que esteja sempre ao lado das pessoas e que procure, sempre, a resolução dos seus problemas”.

Disse e fez questão de repetir, “queremos implementar a cultura do sim”, uma política de proximidade que irá caraterizar o novo executivo, garantiu, “será o ADN que nos vai correr nas veias”.

Assumindo o compromisso de um mandato “que se pautará pelo rigor da gestão financeira”, Álvaro Beijinha apelou ao envolvimento do movimento associativo, das empresas, seus empresários e colaboradores, dos mais jovens e à sabedoria dos mais velhos, afastando a ideia de “populismos” do seu discurso.

Invocando Vasco da Gama, terminou a sua primeira intervenção pública enquanto presidente da Câmara Municipal de Sines dizendo partilhar dessa mesma coragem, que “inspira a enfrentar novos mares, do desenvolvimento sustentável, da coesão social e da inovação, com a mesma determinação que, outrora, se desbravavam oceanos. Porque governar Sines é, também, continuar a navegar, tal como o grande navegador. Não tememos o desconhecido. Acreditamos que o futuro se constrói com audácia, com visão, com compromisso de todos os que amam esta terra”, rematou.

Marisa Santos (MAIS) soma votos de toda a oposição e é eleita presidente da Assembleia Municipal

A sessão solene de tomada de posse dos órgãos municipais de Sines ficou marcada por uma reviravolta na liderança da mesa da assembleia municipal.

Com duas listas proponentes, submetidas a escrutínio secreto – a Lista A de Ana Isa Correia (CDU) e a Lista B de Marisa Santos (Movimento MAIS) – a votação acabou por dar a vitória ao movimento independente, consagrando Marisa Santos como presidente.

Orlanda Ramos e João Soares foram eleitos como 1.º e 2.º secretários, respetivamente.

A contagem dos votos dos deputados municipais eleitos veio a revelar a união de forças por parte de toda a oposição, fazendo frente ao partido mais votado nas eleições autárquicas de 12 de outubro, a CDU. A Lista B obteve, assim, 13 votos, contra 10 votos alcançados pela Lista A.

Álvaro Beijinha fala em “coligação” e Marisa Santos em “trabalho colaborativo”

No final da cerimónia, em declarações à comunicação social, Álvaro Beijinha reagiu à vitória do MAIS, que lidera, agora, a Assembleia Municipal de Sines, admitindo que tal situação poderá refletir o cenário futuro, concluindo ter havido “claramente uma coligação entre quase todos os partidos”, exceto a CDU.

“Se calhar, não querem estar connosco”, analisou. “A oposição está a dar claros sinais daquilo que vai ser o seu futuro”, rematou o presidente do novo executivo.

Para Marisa Santos, esta “é uma situação absolutamente normal de acontecer. São os deputados eleitos que elegem a mesa e, numa situação em que não existe maioria absoluta, é perfeitamente normal. Está previsto na lei, já aconteceu no passado e, certamente, voltará a acontecer, porque é a democracia a funcionar”.

A nova presidente da mesa do órgão deliberativo diz não entender o sucedido como uma força de bloqueio. “Fomos adversários políticos, mas não somos inimigos. Temos o objetivo comum de trabalhar o melhor possível por Sines. Esta é uma oportunidade única para que nós possamos fazer esse trabalho colaborativo”, afirmou.

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