Voluntários do C.A.S.A. já mexeram mais de 180 “Tachos Solidários” desde Abril

Voluntários do C.A.S.A. já mexeram mais de 180 “Tachos Solidários” desde Abril

Voluntários do C.A.S.A. já mexeram mais de 180 “Tachos Solidários” desde Abril

Antes da pandemia a ajuda alimentar diária do C.A.S.A. chegava a 20 pessoas. Agora, na maior parte das noites, são 70

 

Desde que começou a fazer mexer colheres, em Abril, a iniciativa “Tacho Solidário” do Centro de Apoio a Sem Abrigo (C.A.S.A.), em Setúbal, já preparou 182 tachos com refeições para quem está sozinho na rua e para famílias com carências económicas e alimentares”, recorda Susana Marques, responsável por esta associação.

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O projecto começou com um grupo de voluntários que, entre doações de alimentos ao C.A.S.A. e algum dinheiro que colocavam do seu bolso, começaram a cozinhar refeições quentes para doar, algumas noites por semana.

Nessa época as 20 pessoas que habitualmente se juntavam à noite, à porta do C.A.S.A., para receber “o conforto de palavras e, por vezes, a única refeição do seu dia”, passaram a ser 40. Hoje são mais de 70.

Mas, se os pedidos de ajuda alimentar aumentaram, as doações de empresas e particulares também e até 10 Janeiro os “Tachos Solidários” já estão garantidos. Algo que Susana Marques vê como o lado positivo da crise económica e de saúde pública, “que despertou as pessoas para a entreajuda”, afirma.

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“Tudo começou com um apelo lançado para uma refeição” e hoje, para fazer diariamente um “Tacho Solidário” para 70 pessoas são precisos apenas 100,00 euros.

“Depois há outros casos que não recebem apoio alimentar todos os dias, mas continuam a contar muito com os nossos cabazes e as doações que fazem parte do protocolo mantido com o Pingo Doce”, explica Susana Marques. Esses casos representam cerca de 20 famílias.

Os números e os tipos de casos mudaram “muito” com a chegada da Covid-19. “Se há mais sem-abrigo a procurar ajuda, o facto é que, no total, os casos já não têm os mesmos contornos de antes. Claro, continuamos a ter pessoas com dependências e doença mental associada a viver na rua e a receber apoio diário, mas agora ajudamos também quem antes de Março tinha emprego, casa e dinheiro para se alimentar e, de repente, deixou de ter”.

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Com vínculos laborais precários na construção civil e na restauração, estas pessoas “foram perdendo a capacidade financeira para manterem o básico nas suas vidas”.

Actualmente, o C.A.S.A. apoia famílias que “têm meses de renda em atraso e estão em risco de ficar na rua” e ajuda “outras famílias que ainda estão a conseguir pagar a renda de casa, água e luz, mas ficam sem condições para adquirir alimentos e têm de recorrer às associações de ajuda alimentar”.

Todos são casos que a qualquer momento podem ficar “sem-abrigo” ou “sem codições de habitabilidade, à medida que os recursos financeiros forem diminuindo”, afirma Susana Marques. “Porque quando começar a faltar o dinheiro para a luz, a água, o gás e todos estes recursos forem sendo desligados, o que vão ter dentro de casa? Como vão viver?”, questiona.

Empresas trocam jantares de Natal por “Tacho Solidário”

Este ano, pequenas empresas de Setúbal e grupos de amigos que, devido às restrições impostas pela Covid-19, não puderam organizar os seus tradicionais convívios de Natal, “priorizaram outras situações”, comenta Susana Marques. Decidiram fazer o seu convívio de Natal “a cozinhar um Tacho Solidário”. Em outros casos fizeram chegar ao C.A.S.A o valor necessário ou os alimentos necessários, para que os seus voluntários habituais pudessem preparar os tachos.

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