23 Julho 2024, Terça-feira

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Verão terminou sem nascimentos de golfinhos no Rio Sado

Verão terminou sem nascimentos de golfinhos no Rio Sado

Verão terminou sem nascimentos de golfinhos no Rio Sado

Biólogas Raquel Gaspar e Maria João concordam que não houve qualquer factor exterior à população que possa ter contribuído para a ausência de crias

 

Ao contrário dos últimos anos, no Verão de 2021 não houve nascimentos de golfinhos roazes corvineiros no Rio Sado, segundo informação avançada pelo Instituto de Conservação das Naturezas e Florestas (ICNF).

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A época de reprodução, quando habitualmente nascem crias, dá-se entre Maio e Setembro, mas a ausência de novas crias este ano, apesar de incomum, não é alarmante.

Raquel Gaspar, bióloga da Ocean Alive, organização dedicada à preservação da fauna e flora do Estuário do Sado, explica que tal deve-se ao reduzido número de fêmeas na população de roazes. “Se estivéssemos perante uma comunidade de cem elementos, podia haver problemas, mas são 27, dos quais poucas são fêmeas”, avança.

Já Maria João, bióloga marinha na embarcação de avistamento de golfinhos Vertigem Azul, aponta a indisponibilidade das fêmeas em reproduzir. “Nos últimos anos houve nascimentos e as fêmeas estão actualmente a cuidar das crias, mostrando-se indisponíveis para procriar”, explica.

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“Ainda pode nascer alguma cria em Outubro, mas não há indícios de que qualquer fêmea esteja grávida”, explica. As duas biólogas concordam que não houve qualquer factor exterior à população que possa ter contribuído para a ausência de nascimentos.

De acordo com o ICNF, em 2020 nasceram três crias: Coral, Bolha e Neptuno. Os nomes foram dados por crianças de escolas de Setúbal. Em 2019 nasceram duas crias e em 2018 outras três, mas nem todas sobreviveram.

A população residente de roazes corvineiros no Estuário do Sado, única na Europa, conta com 27 golfinhos e, segundo o ICNF, está estável. “A população de roaz encontra-se estabilizada desde os anos 2000, verificando-se que há animais que saem da população”.

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O ICNF salienta que “as medidas de sensibilização que têm sido desenvolvidas junto dos operadores marítimo turísticos e também dos utilizadores particulares do estuário do Sado têm permitido minimizar os impactos sobre esta população”.

As embarcações têm um código de conduta no avistamento de golfinhos. Não podem estar mais que três em simultâneo, seguir à frente dos animais, ficar mais de 30 minutos em simultâneo ou aproximar mais de 30 metros.

As regras surgem para diminuir o stress dentro da comunidade, cujas características podem levar a que, perante o stress, as crias morram.

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