População pretende mostrar ao Ministério da Saúde o seu “descontentamento” sobre as actuais condições do Centro Hospitalar sadino
Com o objectivo de mostrarem “descontentamento” sobre a situação de ruptura que o Centro Hospitalar de Setúbal está actualmente a vivenciar, dezenas de utentes voltam a manifestar-se frente ao Hospital de São Bernardo no próximo sábado, pelas 16 horas.
Esta será a segunda concentração a acontecer este mês, depois de na passada terça-feira, dia 12, cerca de 300 pessoas terem-se mostrado preocupadas com a degradação da unidade hospitalar.
“É de máxima importância que isto seja um esforço conjunto da população setubalense. Somos uma manifestação apartidária que quer dar voz à população de Setúbal. Vamos mostrar ao Ministério da Saúde o nosso descontentamento”, lê-se em publicação na rede social Facebook, em grupo criado para a organização da manifestação.
No início desta semana, estavam já inscritos mais de cem participantes, que pretendem vincar que “a saúde é um direito e [que] a população merece respeito, com condições dignas tanto para os utentes como para os trabalhadores”.
À acção de dia 12 de Outubro juntou-se André Martins, presidente da Câmara Municipal de Setúbal, assim como os autarcas de Palmela e Sesimbra, municípios igualmente servidos pelo Centro Hospitalar sadino.
Os dois encontros acontecem depois de Nuno Fachada, director clínico do Centro Hospitalar de Setúbal, ter renunciado ao cargo num “grito de revolta” devido à situação de ruptura de diversos serviços do Hospital de São Bernardo, como é exemplo a urgência, blocos operatórios, oncologia, maternidade ou anestesia.
A Nuno Fachada seguiram-se 87 médicos com cargos de direcção, que, num acto de solidariedade, apresentaram a sua demissão. Entre os profissionais demissionários encontra-se a restante direcção clínica, directores de serviço e departamentos, coordenadores de unidade e comissões e chefes de equipa de urgência.