Os motoristas deram aval ao sindicato para que continue a reunir com a administração da TST no sentido de garantir que os trabalhadores fiquem na empresa que ganhou a concessão na zona de Setúbal, com os seus direitos como a antiguidade ao serviço
Os trabalhadores da Transportes Sul do Tejo (TST) estiveram hoje em plenário, que teve uma adesão de 98%. Na reunião mostraram a sua preocupação quanto ao futuro da empresa devido à redução da operação, informou fonte sindical.
“A discussão com os trabalhadores focou-se sobre as novas concessões que estão a sair para a Área Metropolitana de Lisboa (AML) e em esclarecer o que nos foi transmitido pela empresa, nomeadamente que não concorreu à zona sul do distrito de Setúbal”, disse à Lusa João Saúde, da Fectrans – Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações.
Segundo o responsável, a TST na península, que actualmente opera em nove concelhos, vai deixar de servir os concelhos de Setúbal, Alcochete, Moita, Barreiro (carreiras intermunicípios), Palmela e Montijo, assim como “provavelmente os autocarros que atravessam a Ponte Vasco da Gama”.
Por este motivo, indicou, “há alguma preocupação relativamente aos postos de trabalho” e os motoristas deram aval ao sindicato para que continue a reunir com a administração da TST “no sentido de garantir que os trabalhadores fiquem na empresa que ganhou a concessão na zona de Setúbal, com os seus direitos como a antiguidade ao serviço”.
De acordo com o sindicalista, a nova empresa responsável pelos seis concelhos será a Nex Continental Holdings, enquanto a TST servirá apenas Almada, Seixal e Sesimbra.
Na reunião de hoje, foram ainda discutidos os “salários muito reduzidos” e o reinício da discussão sobre o caderno reivindicativo, que ficou suspenso devido à pandemia da covid-19.
“Os próximos passos serão fazer a entrega da resolução do plenário à administração e depois continuar as reuniões, tendo em conta que, com a pandemia, ficou suspensa a negociação do caderno reivindicativo. À medida que forem aparecendo novidades, os trabalhadores irão sendo informados”, explicou.
O plenário e paralisação dos profissionais realizou-se na Estação do Laranjeiro, em Almada. A adesão de 98” dos trabalhadores causou várias perturbações no serviço da empresa em todos os concelhos em que opera, adiantou João Saúde.
“Não há autocarros da TST a circular, a não ser uma ou outra fábrica ou um ou outro trabalhador por receio, por estar contratado a prazo. O serviço está muito residual e não se realizaram as carreiras para Lisboa”, indicou.
Já a administração da rodoviária, numa resposta enviada à Lusa, informou que, até às 09h00, tiveram apenas 21,4% dos colaboradores ao serviço “com a consequente redução na oferta habitual de serviços”, apesar de ainda não ser possível “especificar quais as carreiras e/ou circulações suprimidas”.
A TST, detida pelo grupo britânico Arriva, efectuando serviços de transporte de passageiros em toda a península de Setúbal, através de carreiras urbanas, suburbanas e rápidas.
Lusa