27 Junho 2024, Quinta-feira

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Toy: “O regresso ao palco do Fórum Luísa Todi é muito carismático para mim”

Toy: “O regresso ao palco do Fórum Luísa Todi é muito carismático para mim”

Toy: “O regresso ao palco do Fórum Luísa Todi é muito carismático para mim”

Toy, uma referência de Setúbal, volta amanhã ao contacto directo com o público, após ter adiado mais de 100 concertos

 

É a terceira vez nos seus 58 anos que Toy vai pisar o palco ex-libris da sua terra natal – o Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal. Numa altura em que o romântico intérprete de “Estupidamente Apaixonado” está ávido de comunicar com o público ao vivo, no concerto que vai dar amanhã com a sua banda, é um momento muito significativo, até porque “este palco é extremamente carismático” para si, segundo confiou a O SETUBALENSE. Com uma carreira recheada como cantor, compositor, músico, autor de letras e produtor, quer no palco quer nas televisões, Toy deixa aqui um apelo emocionado: “Vejam e oiçam concertos ao vivo!”

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Toy, estamos aqui hoje reunidos na Casa Ermelinda de Freitas porque vai dar um concerto este domingo em Setúbal. Quantos meses depois da última actuação com público presente?

Eu nem consigo contar… Entre a excitação de voltar ao palco e a tristeza de não ter voltado mais cedo, o tempo já parece longo de mais. O último concerto que fiz foi na passagem do ano, mas foi em cima de um camião, no Seixal. E em boa hora o fiz, porque pude levar os meus músicos e os meus técnicos. Foi, realmente, um palco ambulante muito interessante…

Ao jeito dos velhos tempos de antes do 25 de Abril, na estrada e em cima de um camião.

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É verdade. Mas, dentro de uma grande tristeza de não estar a fazer os mais de 100 concertos que tinha marcado em 2020, alguns deles adiados para 2021 e muitos deles já readiados para 2022, este regresso ao palco é muito importante!

Por se tratar de um regresso à sala mais icónica de Setúbal, a sua terra natal?

Ainda por cima no Fórum Municipal Luísa Todi, onde fiz a minha primeira actuação como actor em 1975, numa peça de revista do grupo de teatro da Sociedade Musical Capricho Setubalense. Peça que está documentada, curiosamente, já que, em 1975/76, fomos com ela actuar no Cineteatro e o programa do Igrejas Caeiro, chamado “TV Palco”, foi gravar. Portanto, existe nos arquivos da RTP esse documento, ainda a preto e branco, em que estou eu a cantar, com 12 anos no palco do Luísa Todi. E eu tenho uma cópia dessa gravação comigo.

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Isso é muito interessante.

É formidável voltar a esse palco! É um palco muito carismático para mim!

Porque começou nestas andanças de palco no teatro, não foi?

Eu subi a um palco pela primeira vez numa colectividade de Águas de Moura, tinha 5 anos e fui cantar, porque o meu pai tocava em conjuntos de nível amador, e depois com 11 anos é que entrei no teatro amador da Capricho, onde fiquei até aos 15.

Uma base que foi, decerto, muito importante, para a sua vida constante e variada de palco e de performance.

Ainda hoje, vou, de vez em quando, ao meu subconsciente buscar coisas que aprendi nesse tempo: estar de frente para o público, olhar para o ponto único lá atrás na sala para toda a gente achar que estou a olhar para eles, mas não estou a olhar para ninguém em particular até para não me desconcentrar e distrair daquilo que estou a fazer e a dizer, a projecção de voz, o contacto com as pessoas, a forma lúdica de comunicar com os meus colegas de trabalho, o respeito uns pelos outros, independentemente das idades, sei lá, uma série de coisas que vou sempre utilizando.

Essa prática nota-se, aliás, nas suas múltiplas actuações, tanto no palco como na televisão.

Eu digo sempre que foram mais importantes os quatro anos de teatro amador do que, propriamente, todos os anos de escolaridade. Na escola – fiz o curso da Comercial de Setúbal -, por exemplo, aprendi uma série de teorias importantes e gerais para o dia-a-dia, mas o teatro foi um complemento fundamental. Eu acho que todos os jovens e todos os pais que têm filhos jovens devem deixá-los seguir o teatro e o desporto – mente sã em corpo são -, porque ambos são um complemento determinante para a educação.

Já tinha feito outros concertos no Fórum Luísa Todi?

Em 2012, fiz nesta sala um concerto com a minha banda que foi gravado ao vivo e de que resultou um DVD que está à venda com o nome de “Enquanto Estou Vivo”. Foi um concerto muito pessoal, sobre a minha vida, a minha terra e o palco que voltei a pisar depois de tantos anos.

E agora, como vai ser?

Isto é a mesma história: o amor que se dá a um filho, depois a um neto e depois a um bisneto… Vai ser o amor do bisavô ou tetravô, que já serei…

Com toda a sua experiência, acha que ainda vai evoluir?

Sim, sim. Penso que ainda me falta mais de metade para explorar do que eu acho que sou capaz. Tenho potencial para muito mais coisas.

O jazz já passou por si, o canto lírico está dentro de si…

É verdade. Há muitos cantores líricos que me convidam para fazer duetos. Isto é como o fado. Gosto de fado, mas acho que o fado tem de ser cantado ao vivo, gravado perde-se. Tal como o jazz, nunca se canta o mesmo fado da mesma maneira, os requebros são sempre diferentes. As coisas quando são gravadas são boas para termos em casa para recordar, mas não é a mesma coisa. Vejam e oiçam concertos ao vivo!

“O Sonho 21 é muito gratificante!”

Toy, tal como nos disse anteriormente, é um defensor incondicional de “uma mente sã em corpo são”, até porque tanto o teatro como o desporto são para ele uma verdadeira escola de vida, “ambos são complementos da educação”.

“Não é por acaso que também estou ligado a uma escola de futebol, com 300 crianças, que é o Sonho 21”, revela-nos. “Obviamente, que não tenho tempo suficiente para a acompanhar de perto, mas estou no projecto e sei, por exemplo, que algumas crianças com mais dificuldades financeiras podem ali ser apadrinhadas e conviver de igual para igual com aqueles que têm mais possibilidades financeiras”. E sublinhou, a propósito: “O que nós tentamos é proporcionar uma igualdade de oportunidades a todos os jovens.”

E onde fica esse Sonho 21?

Aqui nas Pontes. É muito gratificante!

Aliás, o Toy é muito popular, não só no mundo das canções como no futebol…

Na verdade, orgulho-me de ter uma série de amigos no futebol. Eu era amigo do Eusébio – olha trouxe-o aqui a esta casa, mais do que uma vez; fui grande companheiro do Coluna; e depois, por aí fora, do Manuel Fernandes, para não falar só dos jogadores do Benfica; o Sérgio Conceição é como um irmão para mim. São imensos!

Em toda a panorâmica clubística, pelos vistos…

Sim, o meu clube é o Vitória Futebol Clube e não tenho mais clube nenhum. Ponto final. Depois tenho os amigos.

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