Uma mulher trai o marido, com quem casara apenas por interesse, enquanto este andava pela Índia em busca de riqueza e lucro fáceis. Está dado o mote para a farsa “Auto da índia” de Gil Vicente, que o Teatro Estúdio Fontenova leva à cena
O Teatro Estúdio Fontenova tem em cena até 2 de Abril, no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal, a farsa de Gil Vicente “Auto da Índia”. A 67.ª produção da companhia tem encenação de Filipe Crawford com cenografia e imagem de José Manuel Castanheira.
Hoje a peça interpretada por Carlos Pereira, Eduardo Dias, Henrique Gomes, Carina Sobrinho e Graça Ochoa sobe a palco às 15h00 para as escolas, e às 21h30 para o público em geral. No sábado é às 21:30 e, no domingo, às 17h00.
Nos dias 30 e 31, haverá novas récitas, às 21h30 e às 17h00, respetivamente. Para o próximo mês haverá três representações para escolas: dia 1 às 11h00 e às 15h00 e no dia 02 às 11h00.
“O Auto da Índia”, que faz parte do Plano Nacional de Leitura, é uma sátira social que foi representada pela primeira vez em 1509, em Almada, perante Leonor de Lencastre (1458-1525), rainha de Portugal após o casamento, em 1481, com seu primo D. João II.
Neste texto Gil Vicente (1465-1536) utiliza a época dos Descobrimentos como pano de fundo para abordar algumas das consequências sociais da partida dos homens nas armadas reais, sobretudo o adultério.
Conta a história de uma mulher que trai o marido, com quem casara apenas por interesse, enquanto este andava pela Índia em busca de riqueza e lucro fáceis.
Gil Vicente construiu uma das primeiras dramaturgias da Península Ibérica, e foi também um dos primeiros a desenvolver intriga, ao contrário dos habituais monólogos da época.