Para evitar o reinternamento bebés pré-termo, foi montada uma equipa de Enfermagem da Unidade de Cuidados Especiais Neonatais no Centro Hospitalar de Setúbal que assegura visitas domiciliárias
A equipa de Enfermagem da Unidade de Cuidados Especiais Neonatais (UCEN) do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) está a garantir visitas domiciliárias planeadas, entre as primeiras 48 e 72 horas, após a alta, às crianças nascidas prematuramente.
De acordo com o enfermeiro chefe da UCEN, Vítor Varela, este projecto surge após “a percepção das necessidades e dificuldades dos pais com filhos prematuros”, tendo em conta que estes pais sentem a “querem prorrogar o momento da alta do seu bebé com receio de irem para casa sem apoio, dos diversos contactos com o serviço para o esclarecimento de dúvidas e à recorrência ao Serviço de Urgência Pediátrica desnecessariamente”.
De forma a evitar, especialmente, esta recorrência ao Serviço de Urgência, esta medida foi posta em prática em 2017, com o objectivo de “melhorar a qualidade da assistência de enfermagem ao recém-nascido pré-termo após o internamento na UCEN”, assim como “reduzir a taxa de reinternamento do bebé prematuro no decorrer do primeiro mês de vida”. Considera ainda a oportunidade de “promover competências parentais no domicílio e promover a satisfação da família”.
Esta equipa tem como área de abrangência o perímetro da cidade de Setúbal, sendo que esta visita planeada depende da disponibilidade e consentimento dos progenitores ou familiares do bebé prematuro.
Com uma taxa de crianças nascidas prematuramente a fixar-se nos 10% entre os partos realizados no CHS, no ano de 2018 “já conseguimos reduzir o número de reinternamentos de prematuros”.
Na apreciação de Vítor Varela o balanço deste projecto é “muitíssimo positivo”, prova disso é que “apenas um bebé que foi acompanhado no domicílio pelos enfermeiros da UCEN, recorreu às urgências por recomendação do próprio profissional de saúde”.
Desde o início do projecto, a equipa de acompanhamento do prematuro já visitou 47 crianças pré-termo. O balanço desta assistência domiciliária aponta para a diminuição da procura do serviço de urgência por parte dos progenitores destes prematuros, o tempo de hospitalização e consequentemente “diminuímos os gastos em saúde, uma vez que acabou por ser criada uma optimização dos serviços públicos de saúde. Foram adquiridas competências e uma melhor adaptação à parentalidade das famílias de prematuros”.