26 Junho 2024, Quarta-feira

- PUB -
Supera vai hipotecar concessão do Complexo Desportivo para efeitos de financiamento

Supera vai hipotecar concessão do Complexo Desportivo para efeitos de financiamento

Supera vai hipotecar concessão do Complexo Desportivo para efeitos de financiamento

|||||

Pedido apresentado em proposta levada a reunião de câmara suscitou dúvidas aos eleitos do PS e PSD

 

A Supera Setúbal Unipessoal, que gere desde o passado ano o Complexo Desportivo Municipal situado na Praça de Portugal, inaugurado em Abril último, solicitou junto da Câmara Municipal de Setúbal a autorização para proceder à hipoteca do direito de concessão do equipamento “para efeitos de operação de financiamento”.

- PUB -

Significa isto que a empresa, “como já o fez em outras situações, recorreu a esta situação para fazer outros investimentos”, explicou André Martins, presidente da autarquia sadina, na reunião pública da passada quarta-feira, informação igualmente confirmada pelo director regional da Supera Portugal.

“O destino desta solicitação será a obtenção de financiamento para o projecto da Supera em Portugal”, revelou Daniel Núñez a O SETUBALENSE.

No entanto, a proposta “Supera Setúbal Unipessoal Lda. – Hipoteca do direito de concessão” acabaria por ser retirada da ordem de trabalhos a pedido dos vereadores do Partido Social Democrata (PSD) que, a par dos eleitos socialistas, disseram necessitar “de mais informações e esclarecimentos”.

- PUB -

“Esta proposta suscita muitas dúvidas. Necessitamos [PSD] de mais esclarecimentos. Queremos entender as consequências jurídicas do que aqui é proposto”, referiu o vereador social-democrata Paulo Calado.

Antes, já Fernando José (PS) havia perguntado “se a acompanhar a proposta não deveria de estar um parecer jurídico que fundamentasse a mesma”. “A proposta levanta-nos várias dúvidas. Desde logo cabe perguntar se está garantido o interesse público, nomeadamente do município, neste contrato. Se sim, de que forma esses mesmos direitos ficam salvaguardados caso passe a haver uma hipoteca e o segundo outorgante, a Supera Setúbal, não cumpra com as cláusulas previstas no contrato”, questionou.

“Naturalmente que o que é fundamental aqui é que a empresa cede os direitos de exploração, mantendo, para quem for passado, os compromissos que estão assumidos com essa empresa”, assegurou André Martins.

- PUB -

A O SETUBALENSE, Daniel Núñez garantiu que “em todo o momento se vêm respeitados os direitos de todas as partes e em algum momento estes se vêm minoritários” e que “a solicitação da hipoteca do direito de concessão se encontra perfeitamente consagrada na ordem jurídica portuguesa”.

“Por outro lado, é um dos direitos que temos como concessionários. Temos vindo a exercer este direito nos últimos anos em todas e cada uma das concessões de que somos titulares, tanto em Portugal como em Espanha”, acrescentou.

Prazo da hipoteca do Complexo de Setúbal ainda desconhecido

Também o “prazo da hipoteca” foi levantado por Fernando José na reunião pública, pergunta à qual o vereador comunista Carlos Rabaçal respondeu: “O que está aqui a ser aprovado é a possibilidade de se fazer uma hipoteca e não uma hipoteca real, logo não é possível dizer qual é o prazo”.

“Em última análise o prazo da hipoteca não poderá ultrapassar o prazo de concessão, além de que o próprio contrato tem uma cláusula que diz que em nenhuma circunstância outra entidade poderá gerir o espaço sem autorização formal da autarquia”, explicou.

Em seguida, Paulo Calado (PSD) afirmou compreender que a hipoteca está relacionada “com o financiamento do concessionário”, mas disse não ter na sua posse “um conjunto de elementos para o entender exacto da dinâmica da concessão”.

Contrariamente, o presidente da edilidade afirmou que “a proposta em si enquadra”, não sendo “por acaso que diz no texto [proposta] que o objecto da hipoteca será o direito de concessão de utilização do bem público e não o bem público em si”.

Como exemplo referiu o Complexo Desportivo do Areeiro, Lisboa, “que teve um processo idêntico”. “Parece-me a mim que estão aqui os ingredientes suficientes para podermos aprovar esta proposta”, disse, antes de a mesma ser retirada da ordem de trabalhos.

A construção e exploração do complexo desportivo foram autorizadas em contrato celebrado em Fevereiro de 2018 entre a autarquia e a Supera, que define igualmente a cedência do equipamento por um período de 40 anos.

Barreiro Construção do Complexo Supera parada

A obra de construção de um complexo desportivo Supera no concelho do Barreiro, junto ao campo de futebol do Galitos FC, encontra-se parada há mais de um ano. A pausa na edificação do equipamento surgiu por altura da pandemia, sendo que até ao momento foram construídas as estruturas do futuro espaço.

Em 2019, ano em que foi assinado o protocolo entre a autarquia barreirense e o grupo espanhol, Frederico Rosa, presidente da edilidade, afirmava que a parceria “não só muda a imagem de uma das entradas da cidade, como ajuda na fixação da população mais jovem, além do desenvolvimento da actividade económica e da criação de postos de trabalho”.

Partilhe esta notícia
- PUB -

Notícias Relacionadas

- PUB -
- PUB -