Carlos Rabaçal revela que para 2024 e 2025 estão planeados 13 milhões de euros em infra-estruturas
Os Serviços Municipalizados de Setúbal (SMS) preparam-se para arrancar com duas grandes empreitadas que vão mudar a vida dos munícipes das zonas de Azeitão e do Faralhão. Vão ser investidos cerca de sete milhões de euros para renovar totalmente a rede de abastecimento de águas destes dois locais.
“Os projectos estão a ser elaborados e vamos refazer completamente o sistema de abastecimento de água em Azeitão, com novos depósitos, novas captações, novas condutas. E estamos a preparar também o reforço da rede abastecimento do sistema Faralhão-Bela Vista e sistema de gestão – cerca de três milhões de euros – visto que vão nascer novas habitações”, quem explica é Carlos Rabaçal, presidente do conselho de administração dos SMS, em entrevista a O SETUBALENSE.
O responsável considera que estas são “intervenções pesadas” mas, a par disso, continuam a decorrer e estão projectadas “muitas intervenções nas várias freguesias de geometria variável”. Sobre as obras em Azeitão, na zona de Pinhal Negreiros e São Domingos, vai proceder-se a “fazer mais um depósito, fazer as condutas todas, novos temas de hidropressores, novas captações”.
Antes disso estão prestes a arrancar duas outras empreitadas que vão abranger a zona da Mourisca e das Fontainhas. “A Mourisca vai arrancar agora em Setembro mas temos muitos outros [projectos]. Vamos para a quarta fase da requalificação da rede de água – uma intervenção muito importante. Vai arrancar agora no início de Outubro uma grande obra nas Fontainhas, que é todo o abastecimento de água e todo o sistema de drenagem pluvial e doméstica, uma obra complicada que vai obrigar a desviar o trânsito do viaduto para a Avenida José Mourinho, porque a intervenção é pesada e vai mesmo criar alguma perturbação”.
Sobre o plano de investimentos, no que respeita aos anos de 2024 e 2025, os SMS preparam-se para “caminhar para os 5 milhões ainda até ao final deste ano, início do próximo”. “Temos um plano de investimentos global, para este ano e para o próximo, de 13 milhões de euros para as infra-estruturas”.
Balanço de (quase) dois anos de actividade é muito positivo
Todas estas empreitadas só são possíveis porque as águas voltaram à tutela do município. Os serviços municipalizados estão prestes a fazer dois anos de actividade, tendo em conta que começaram em funções a 18 de Dezembro de 2022 – depois de terem estado sob alçada das Águas do Sado.
“Temos uma série de planos muito forte, a um nível que nunca existiu, e com o regresso da água conseguimos baixar o preço da água, conseguimos fazer mais investimento e manter a qualidade – como se vê agora com o prémio atribuído pela ERSAR– chamaram-nos loucos por estarmos a querer sair de uma empresa privada e disseram que os serviços públicos não conseguem”, revela o presidente do conselho de administração.
O ano de 2023, considera, foi de “instalação e transição” do novo serviço para novas instalações e o momento agora é de “consolidação”, e para 2025 prevê-se que seja de “desenvolvimento”.
“Só agora é que temos condição de ter uma ideia muito rigorosa do que é a gestão pública do ponto de vista financeiro, ponto de vista técnico e operacional. Depois estamos a aperfeiçoar, deixaram-nos infra- -estruturas uma desgraça, um sistema de telegestão arcaico que ainda está em equipamentos muito antigo”, acrescenta.
Sobre o sistema de telegestão considera que há necessidade de aquisição de um novo que “vai custar em torno de um milhão de euros”. Para o responsável esta “é uma linha de aperfeiçoamento da qualidade do trabalho, que nós agora estamos a procurar aprofundar em todas as áreas, seja operacional, seja na área comercial, seja na área de recursos humanos e financeira”. Também neste sentido revelou que este mês tinham entrado 35 novos trabalhadores, depois de as Águas do Sado terem deixado o serviço com menos 70 pessoas.
“A coisa está a correr bem, que neste momento e até agora, e nós ainda não tomamos as medidas de qualificação do serviço que precisamos e que vamos tomar, porque ainda não tivemos tempo”, acrescenta.