Setúbal no pódio dos distritos do País com mais queixas sobre crianças em perigo

Setúbal no pódio dos distritos do País com mais queixas sobre crianças em perigo

Setúbal no pódio dos distritos do País com mais queixas sobre crianças em perigo

Foto: DR

Violência doméstica é principal causa das comunicações feitas às entidades competentes, diz Rosário Farmhouse

 

Setúbal é o terceiro distrito do País com maior número de comunicações de perigo feitas às comissões de protecção de crianças e jovens. Só fica atrás de Lisboa (primeiro) e Porto (segundo).

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A conclusão foi apresentada por Rosário Farmhouse, presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Protecção das Crianças e Jovens, durante uma audição no Parlamento, realizada na passada terça-feira, requerida pelo PAN.

Em termos globais, só em 2021, segundo a responsável, foram comunicadas 45 mil e 132 situações de considerável risco ao total das 311 comissões de protecção de menores existentes no território nacional. No topo dos principais motivos esteve a violência doméstica, que representou 30,53% de todas as comunicações efectuadas. Casos de negligência e de comportamentos de perigo na infância e na juventude foram as outras causas mais comuns entre as queixas apresentadas.

A violência doméstica acaba por ter um impacto nefasto nos menores. E Rosário Farmhouse lembrou a existência de estudos que comparam os sintomas apresentados pelas crianças vítimas deste tipo de situação, ao terem o pai e a mãe “numa luta desregrada”, com outras que vivem em contexto de guerra. Os sintomas são semelhantes.

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A solução, na opinião da presidente da Comissão Nacional, não passa tanto pela retirada das crianças da habitação onde vivem ou das escolas que frequentam, já que as casas abrigo focam-se no problema dos adultos. Preferível, para a responsável, é a criação de outros mecanismos que permitam, ao invés, retirar de casa o agressor, quando não é preso, assim como pela aposta em casas de abrigo mais adaptadas às vítimas com crianças.

“Não é o ambiente ideal para as crianças, embora seja seguro. Mas do ponto de vista emocional, de educação, de relação, não é o ideal. Quem dera que quando há problemas de violência doméstica, quem tivesse de sair fosse o agressor e que a vítima pudesse ficar em casa com as crianças, não tendo de mudar do seu espaço”, defendeu.

Recente é a existência de uma linha de crianças em perigo e de um formulário “on-line”, lançados que foram no período da pandemia de covid-19 – em Maio e Junho de 2020 –, para que qualquer cidadão possa reportar situações de risco de que tenha conhecimento. E os resultados registados em Dezembro de 2022 falam por si: foram recebidos 871 formulários por esta via, “o maior número de sempre”, destacou. O Natal, sublinhou, é “a pior altura do ano” para as crianças de famílias em conflito.

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Desde que foram criadas estas duas respostas, entre Junho de 2020 e Dezembro de 2022, foram recebidos 8 128 formulários e 4 506 chamadas telefónicas de situações de crianças em perigo.

Atrás dos distritos de Lisboa, Porto e Setúbal, com mais comunicações de perigo, seguem os de Braga e Aveiro, além de a ilha de São Miguel, Açores, apresentar também “números bastante elevados”, apontou Rosário Farmhouse, a concluir. Com Lusa

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