Estátua do primeiro bispo da diocese foi inaugurada ontem
Com muita fé, gratidão e palavras de homenagem, foi ontem inaugurada a estátua de D. Manuel Martins, no Largo de Santa Maria, mesmo às portas da Sé de Setúbal.
O primeiro bispo da diocese sadina, cuja ordenação fez ontem 45 anos, mereceu, com o devido distanciamento, calor humano e uma casa bem composta para ouvir a Eucaristia celebrada pelo actual bispo de Setúbal, D. José Ornelas.
Depois, no largo, teve lugar a inauguração da estátua, com presença da autarca Maria das Dores Meira e perante vários representantes religiosos, outros autarcas e da restante sociedade civil. Aí, ouviu-se um forte aplauso.
A presidente da Câmara Municipal de Setúbal referiu o largo que já existe com o nome de D. Manuel Martins, inaugurado em 2018. Contudo, frisa, sempre se sentiu que o bispo “merecia algo maior, mais central, mais importante”.
“É aqui, neste largo, que ele merece estar. Porque foi naquelas ruas periféricas, de bairros que alguns pensam não ser importantes, que ele se movimentou. Em zonas distantes da vista e, no passado, da vontade de decidir. Foi um homem generoso e sempre disponível para ajudar os que mais precisavam e, naquelas ruas, mais esquecidos estavam”, disse a autarca.
Acrescentando ainda que a importância de D. Manuel Martins se faz também “pela cidade que ele soube olhar e ouvir”, destacou “o que fez, o que disse e as consciências que despertou”.
“Acreditámos que seria perto do templo em que se fez bispo, há precisamente 45 anos, que o deveríamos homenagear”, declarou.
Referiu ainda o nome que D. Manuel Martins ganhou pela região: o de bispo vermelho. “Um apelido que puseram como sinónimo da luta contra as desigualdades”, afirmou Maria das Dores Meira.
E da peça agora colocada à porta da Sé de Setúbal falou quem mais próxima esteve dela, a escultora Maria José Brito. Afirmando que foi uma “honra” ter trabalhado na peça de arte, explicou a forma e o conteúdo da mesma. “A figura deveria estar próxima do seu povo, razão pela qual veio para a rua. Mas, não sem uma ligação à igreja, razão pela qual ela como que sai da igreja e avança, firme nas suas convicções e de braços abertos para receber”, explicou.
Voltou então à palavra, mas agora fora da Sé, D. José Ornelas, que começou por expressar uma “palavra de gratidão” à escultora.
E, depois, sobre D. Manuel Martins, “se é verdade que ele sentiu a cidade, a verdade é que a cidade também o sentiu”. “Espero que esta obra nos leve a olhar para ela e assumir esta atitude de sair por aí, abraçar, fala e acolher. Porque foi isso que fez D. Manuel”, pediu.