Jamila Madeira garante que projecto é urgente e não está esquecido. Dores Meira exige ao Governo datas certas para a ampliação do Hospital São Bernardo
A deputada do PCP, Paula Santos questionou ontem o Governo, durante a audição da Comissão Parlamentar da Saúde, sobre quando será concretizada a ampliação do Hospital São Bernardo considerando o risco iminente de colapso deste equipamento, nomeadamente no serviço de Urgência Geral. Em resposta a secretária de Estado Ajunta e da Saúde, Jamila Madeira, afirma que no campo dos investimentos o Governo tem procurado manter um grau de normalidade e de evolução dos objectivos planeados, apesar do contexto atípico causado pela Covid-19.
A secretaria de Estado garantiu por isso que “a urgência do Hospital de São Bernardo está em cima da mesa e depende, também, da reorganização do Hospital do Outão”, afirmando que “logo que esse processo esteja concluído será possível avançar com a ampliação do São Bernardo”.
A ministra da Saúde, Marta Temido, optou pelo silêncio nas questões que envolvem o Centro Hospitalar de Setúbal, não adiantando datas para o avanço da obra.
Paula Santos recordou que este equipamento hospitalar está em risco de “fechar valências devido à falta de especialistas e equipamentos e às limitações nas instalações físicas”, exigindo, por isso, a abertura de concurso agora, e que o equipamento seja incluído em Orçamento de Estado, questionando “porque tal não aconteceu até ao momento”.
Nuno Carvalho destacou o Centro Hospitalar de Setúbal pelo facto de servir cerca de 250 mil habitantes na península, referindo que “quando tudo falha em Setúbal, afecta outros hospitais da região como o Garcia de Orta. O social-democrata destacou ainda o serviço de obstétrica “em risco de extinção” e exige que, “aquilo que foi planeado o passado seja concretizado, para serviços essenciais não sejam encerrados”.
No mesmo dia, durante sessão de Câmara de Setúbal realizada ontem nos Paços do Concelho e que representou a primeira sessão após o desconfinamento, Maria das Dores Meira garantiu que vai exigir respostas ao Governo sobre a ampliação do Hospital São Bernardo, “cujo início estava garantido para este ano mas até agora não se iniciou nem teve respostas concretas para quando será anunciada”.
A autarca reconhece as dificuldades da Ministra da Saúde, Marta Temido, em reunir dada conjuntura actual” afirmando que por esse motivo insistir com o Secretário de Estado da Saúde, António Sales, para que avance as respostas caso “a ministra não tenha disponibilidade”.
Hospital do Seixal também continua em espera
Na audição da Comissão Parlamentar da Saúde a deputada Paula Santos recordou que “o Governo prorrogou por mais 90 dias o concurso para a adjudicação do projecto do Hospital no Seixal”, considerando os adiamentos sobre este equipamento “lamentáveis, uma vez que já passaram dois anos desde a última promessa do Governo” e “o concurso para a construção de um equipamento de saúde com a importância deste continua por concluir”, aponta.
Neste caso a Secretária de Estado Adjunta e da Saúde também admite que admite “há atrasos”, mas há “um grande empenho da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo para que os atrasos sejam recuperados”.