Setúbal contesta imposição das tarifas de água pela entidade reguladora

Setúbal contesta imposição das tarifas de água pela entidade reguladora

Setúbal contesta imposição das tarifas de água pela entidade reguladora

Autarquia considera que decisão do Governo de voltar a conceder à ERSAR a competência para fixar tarifas é “um retrocesso legislativo”

Uma moção contra a imposição da fixação de tarifas de água pela Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR) foi aprovada pela Câmara Municipal de Setúbal. A autarquia sadina considera que a decisão do Governo de voltar a conceder à ERSAR a competência para fixar tarifas em todos os sistemas de titularidade estatal, incluindo municipal, é “um retrocesso legislativo”

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No entender da edilidade, esta proposta, que foi aprovada na reunião camarária desta quarta-feira, com votos favoráveis da maioria CDU e do PS e a abstenção do PSD, constitui “uma flagrante tentativa de limitar a autonomia municipal, uma vez que são atribuídos a uma entidade reguladora poderes de definição de políticas tarifárias municipais”.

Para a autarquia, a definição das tarifas “deve ter uma lógica de serviço público e não uma lógica puramente económico-financeira”, sob pena de “conduzir à elevação das tarifas para níveis socialmente incomportáveis”.

É também defendido pelo município que a “sustentabilidade económica e financeira dos sistemas de água, saneamento e resíduos (…) não se consegue apenas pela via tarifária, mas também por mecanismos de solidariedade regional e de combate às assimetrias, entre outros”.

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“Ao direito das populações ao abastecimento de água, ao saneamento de águas residuais e à gestão de resíduos sólidos urbanos devem corresponder serviços públicos sustentáveis no plano económico e financeiro, mas também social”, sublinha a Câmara Municipal de Setúbal, que reafirma o “compromisso de defesa do princípio constitucional da autonomia do Poder Local Democrático”.

É ainda recordado pela edilidade que a decisão do Governo foi tomada em 8 de Agosto, em Conselho de Ministros, e que só no dia seguinte o executivo solicitou parecer à Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), “revelando-se a audição tardia e meramente formal, incumprindo a lei e o regimento do próprio Conselho de Ministros”.

A presidente da Associação de Municípios Portugueses (ANMP), Luísa Salgueiro (PS), também já criticou a decisão do Governo, que diz “violar a autonomia do poder local”.

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A posição de princípio contra a imposição da diferenciação de tarifas pela ERSAR foi transmitida pela ANMP ao governo em 20 de Agosto, num parecer que defende que as tarifas devem ser ajustadas à realidade económica e social de cada território.

O parecer da ANMP expressa ainda preocupação com o possível aumento das tarifas para níveis socialmente incomportáveis, sobretudo e em particular, “nas regiões do país economicamente mais desfavorecidas, mais dispersas e menos densamente povoadas”.

O presidente dos Autarcas Social-Democratas (ASD), Pedro Pimpão, também já afirmou que a fixação de tarifas pela ERSAR “não faz qualquer sentido” e viola a autonomia do poder local. Com LUSA

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