Sandra Silva: “Um movimento ambiental colectivo faz toda a diferença junto das populações”

Sandra Silva: “Um movimento ambiental colectivo faz toda a diferença junto das populações”

Sandra Silva: “Um movimento ambiental colectivo faz toda a diferença junto das populações”

Presidente da Amarsul diz que ainda há muito trabalho a fazer para “educar” as populações para “melhores comportamentos ambientais porque “o planeta não é reciclável”

 

Com o ano de 2020 a chegar ao fim O SETUBALENSE fez junto de Sandra Silva, presidente da Comissão Executiva da Amarsul, o balanço da actividade da empresa num tempo completamente atípico.

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A Amarsul, começa por revelar, “terminou o ano de 2019 com uma capitação anual de 39 quilos de resíduos de embalagens separados por habitante e com o dobro dos pontos de recolha de resíduos recicláveis”. Já no primeiro semestre de 2020, continua, atingiu “um crescimento de 36% no encaminhamento de resíduos para reciclagem”.

“Mesmo em período de pandemia, a Amarsul garantiu o serviço público, tendo cumprido a sua missão de valorização dos resíduos nos 9 municípios da Península de Setúbal”, destaca.

Estima-se que “cada munícipe da península de Setúbal, até final de 2020, terá separado cerca de 50 quilos de resíduos recicláveis, um valor acima da meta de 45 quilos/habitante/ano estabelecida no Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU 2020), e alcançamos este objectivo, com uma forte aposta na comunicação e na aproximação dos contentores à população, o que facilitou a deposição dos resíduos recicláveis”.

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Está satisfeita com o crescimento da reciclagem, ou os números estão aquém do esperado?

O crescimento significativo da recolha selectiva em todos os municípios da área da abrangência da Amarsul, é o resultado do investimento de mais de 12 milhões de euros, aplicados em viaturas, ecopontos, contentores, sistemas tecnológicos e em campanhas de sensibilização ambiental. Desta forma, modernizámos a actividade de recolha selectiva e triagem de recicláveis e facilitámos a vida dos cidadãos que querem reciclar e desta forma contribuir para um ambiente melhor uma vez que o futuro do planeta não é reciclável.

Como qualifica a península de Setúbal face aos dados de que dispõe… amiga do ambiente?

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Em 2019, registámos um crescimento notável de 19% no encaminhamento de resíduos para reciclagem nos municípios de Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal. Em 2020 estimamos ter um crescimento superior a 25%. A população da região, com mais de 780 mil habitantes, contribuiu positivamente para o aumento da recolha de 33 mil toneladas de resíduos recicláveis das quais 45% foram de papel e cartão, 30% de vidro e 25% de plástico e metal. O aumento da recolha selectiva foi transversal a todos os materiais, embora tenha apresentado melhores resultados nas embalagens de papel e cartão, que registaram um crescimento superior (mais 25% que no ano anterior). A Amarsul, com os investimentos efectuados tem capacidade para prestar um serviço público de excelência, mas só funcionará se cada um fizer a sua parte na península de Setúbal e em todo o país.

Ainda há muito trabalho a fazer na consciencialização e até na responsabilização individual para um melhor comportamento ambiental por parte das populações?

Sim, ainda temos muito trabalho pela frente, que só faria sentido em estreita colaboração com os municípios, que conhecem mais de perto a população. Por exemplo, a campanha “O Futuro do planeta não é reciclável” é um movimento que veio para ficar, para apelar à prevenção, reutilização e reciclagem de resíduos urbanos. Esta é uma campanha muito importante para o grupo EGF e para a Amarsul, porque contámos com o envolvimento de todas as concessionárias, colaboradores, municípios e parceiros, para criarmos, em conjunto, um movimento ambiental colectivo que vai fazer a diferença, para em conjunto consciencializarmos a população da quantidade de resíduos que produzimos que podem ser alvo de valorização, devendo ser tratados como recursos.

No curto e médio prazo existem alguns projectos em carteira para implementar que possa revelar?

Está neste momento a ser definido pelas autoridades nacionais o Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos para o período 2020-2030, que definirá as novas metas que Portugal e, em particular, a Amarsul terão que cumprir. Sendo este plano a adaptação da Diretiva Europeia que definiu as metas para os estados membros, incluindo Portugal, estamos já a antecipar o futuro próximo que passará por aumentar significativamente a nossa aproximação à população através de novos projectos de recolha selectiva porta-a-porta. Os próximos projectos serão já no próximo ano, em conjunto com os municípios que vão implementar a recolha selectiva porta-a-porta de bio-resíduos.

Em termos de capacidade de resposta com um aumento de laboração prevê a necessidade de investimento para reforçar as actuais infraestruturas?

Para alcançarmos as metas nacionais e europeias que teremos de cumprir a partir de 2025, teremos de envolver um maior número de cidadãos na reciclagem. Actualmente o serviço que prestamos à população da península de Setúbal dá resposta com as actuais infra-estruturas. Mas para que num futuro próximo todos reciclem tudo, sempre e em todo o lado, temos de continuar a investir neste sector para dar resposta às exigentes metas, mas também para ficarmos mais próximos de cada habitante, adaptando a recolha selectiva à realidade da nossa área de abrangência. Trata-se dum trabalho contínuo, é nossa missão garantir a valorização de resíduos da forma mais sustentável nas suas diversas áreas de actuação.

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