Mostra pode ser visitada diariamente durante o horário de funcionamento do Alegro Setúbal, de forma gratuita
Está em destaque na exposição ‘Rostos da nossa gente na apanha de ostra’ a apanha de ostras no Estuário do Sado, uma atividade que marcou gerações de setubalenses. A mostra foi inaugurada esta segunda-feira, no Alegro Setúbal, local onde ficará patente até 20 de setembro, podendo ser visitada diariamente durante o horário de funcionamento do Alegro Setúbal de forma gratuita.
Esta mostra reúne cinco dezenas de fotografias captadas por Joaquim Baptista, fotógrafo que dedicou grande parte da vida à cidade, sendo que as imagens retratam as várias etapas da apanha, preparação e envio das ostras, mas também os “rostos das mulheres, homens e crianças que construíram, com o próprio trabalho, uma identidade ligada ao rio e ao mar”, explica o município em nota de Imprensa.
Na inauguração desta exposição, organizada pela autarquia, marcaram presença o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, a vice-presidente Carla Guerreiro, a filha do fotógrafo, Dina Batista, e representantes do Alegro Setúbal, num momento que incluiu visita guiada pelo coordenador do Arquivo Municipal de Setúbal, Joaquim Moreira.
Dina Batista, que se emocionou na cerimónia, destacou o gosto ao ver o trabalho do pai ser partilhado com a cidade. “É um grande orgulho e um sonho realizado. Espero que esta seja a primeira de muitas exposições, porque o meu pai deixou um espólio imenso que quero partilhar com os setubalenses. Esta mostra recorda-nos que Setúbal já foi uma referência na produção de ostras e pode voltar a ser”, apontou.
Já para André Martins, esta mostra é um “testemunho essencial” da memória coletiva. “Esta exposição é extremamente importante porque mostra o potencial que o Estuário do Sado tem no desenvolvimento económico da nossa região. Estas fotografias reproduzem com rigor os vários momentos da recolha, preparação e transporte das ostras, uma atividade que marcou a vida de muitos setubalenses”, afirmou.
O autarca lembrou que a produção passou por um “forte declínio” por razões ambientais, mas sublinhou a recuperação recente. “Hoje, temos empresas a produzir ostra no Sado, uma boa parte destinada à exportação, sobretudo para França, mas também já para consumo interno. Este potencial é fundamental para o futuro económico da região”.
Estas imagens fazem parte da Coleção Baptista, composta por quase 100 mil fotografias doadas pela família ao município e preservadas no Arquivo Municipal de Setúbal, um acervo “único” que documenta a sociedade setubalense do século XX, explica a autarquia em comunicado.