Em algumas zonas da cidade tanto ratos como baratas parecem ter carta branca para andar nas ruas. A Câmara garante ser feita desinfestação diária, mas os moradores dizem não estar descansados
Aparecem durante o dia, mas são bem mais frequentes à noite. São ratos, e grandes, procuram o que comer nas ruas e, por vezes, descaradamente, entram nas casas habitadas. “Diria que é uma infestação de ratazanas”, afirma Lúcia que dá como referência o Pátio Alves da Silva. “Já falei com a Junta de Freguesia da Anunciada e não sei se vão fazer alguma coisa”, acrescenta.
Nesta zona, agora pertencente à União de Freguesias de Setúbal, há mais quem se queixe. Numa rua à beira do Pátio Alves da Silva, uma ratazana morta no passeio obriga ao virar de cara aquém ali passa. “Há uma semana que está ali”, afirma Rui Salgado, morador no pátio. “Aqui no pátio somos nós que as tiramos”, acrescenta.
Conta este morador que estes roedores saem das sarjetas na procura de alimento e, se tiverem oportunidade fazem-no dentro das habitações. Rui refere uma vizinha que tem uma criança pequena e já passou pelo susto de ter um destes animais a entrar em casa. E por ali não são só ratos, as baratas são outra das más companhias.
“Veja esta caixa de bolachas. Está aqui há dois dias; veja as baratas”. Eram muitas, de facto. E o mesmo reforça Conceição Granado também ali residente. “Ratos e baratas não é só aqui, nas outras ruas também há”, e no seu caso só não os tem estes invasores a vigiar a porta porque tem uma gata. “Nem se aproximam”, garante, e o mesmo parece acontecer com uma outra vizinha, indica.
Queixas à Junta de Freguesia também dizem existir, mas “há dois anos que o problema existe”, afirma Rui Salgado.
Quase na outra ponta da cidade, na Rua de Arronches Junqueiro, os ratos aparecem mesmo durante o dia, e descem-na enquanto se sentem livres passando ao lado de quem passa, muitos deles turistas. Diz um dos moradores na zona que os ratos “vêm à comida que algumas pessoas deitam aos pombos”; atitude proibida, mas que alguns ignoram.
Os ratos “vinham de um lote abandonado num gaveto dessa rua, onde havia bastante lixo, entretanto limpámos e desinfestámos e, por agora, parece terem desaparecido”, afirma fonte do gabinete da vereadora Carla Guerreiro, responsável pelo pelouro do ambiente.
A mesma fonte reconhece que o problema não são só os ratos, mas também as baratas, isto porque sendo Setúbal uma cidade portuária, acontecem virem novas espécies destes insectos nas cargas portuárias. “Ambas são situações que conhecemos e estamos a agir”, afirma.
Ao que explica, a autarquia tem um plano trianual de desinfestação, o qual está em vigor por mais um ano até ser revisto. Dentro deste plano está considerada “a desinfestação diária”, e esclarece que os serviços feitos por uma empresa contratada “já detectaram que é necessário reforçar este plano em certas zonas”.
Um reforço que é reconhecido pelo serviço de veterinária municipal que “tem uma experiência acumulada para fazer a avaliação das necessidades de reforçar o plano”. Aliás, “já estão identificadas zonas mais complexas onde os funcionários do serviço de desinfestação vão diariamente”, afirma esta fonte do gabinete municipal de Ambiente que garante acorrerem “sempre que há uma reclamação”, é que, “basta uma alteração de temperatura para aparecerem mais ratos e baratas.
Mas apesar de alguns falarem em infestação de ratos e baratas, da parte do gabinete da vereadora Carla Guerreiro afirma-se que os serviços estão actuar diariamente e a situação “está controlada”.
Fotos Mário Romão