Entrevista a José Santos, conhecido como o homem dos botões do Fórum Municipal Luísa Todi
José Santos é para muitos o homem dos botões (do som e da luz) do Fórum Municipal Luísa Todi em noites de Festival de Teatro e todas as noites do ano. As suas ideias e o seu percurso ajudam-nos a perceber que os seu focus e experiências são muitas e multidisciplinares.
Sem luz não se vêm os atores, não se criam ambientes psicológicos ou realistas, não se vê o cenário, ou seja, todos os criadores estão dependentes do criador da luz, do iluminador.
José Santos trabalha todo o ano e, nesta altura, é um dos que dá luz à capital do teatro na sala principal da cidade de Setúbal. Tudo começou em 1995, no Teatro de Animação de Setúbal – TAS – com a construção dos cenários, outras das suas paixões e, rapidamente, assumiu duas equipas técnicas de som no Fórum Municipal Luísa Todi.
Trabalhou com mais de uma dúzia de grupos de teatro, em que destaca “O Gatem- Espelho Mágico”. Já conta com espetáculos alargados a toda a família, como “O Principezinho” e “O Pinóquio”, a retomar em Setembro, na Sociedade Artística Perpétua Azeitonense.
Recorda com saudade o espetáculo de abertura do Fórum Municipal Luísa Todi, com todos os grupos da cidade, “O espetáculo que teve mais artistas da cidade e mais espectadores foi Luísa Todi – O Musical”, com texto de Rui Mesquita e encenação de Miguel Assis.
Tudo se situou na Fábrica da Criação união artística universal. Foi técnico de som e luz novamente em 1998. Depois veio a crise do TAS com a morte do diretor, levando a que sem o TAS em funcionamento regular, José Santos teve de se colocar à estrada e a luz passou para a TVI, até que Carlos Curto, professor e também ator do grupo de Teatro Metáforas, o chamou para a direção do TAS, em 2007, uma das mais importantes companhias da região entre 2008 e 2015.
Nos últimos anos trabalhou no Fórum. Falámos com José Santos como quem descobre o iluminador na poesia de Bertold Brecht. Os seus sonhos não ficam por aqui, a ideia é trabalhar num Centro Cultural Multidisciplinar para unir mais os artistas e os seus ofícios em lugar próprio.
Com esta entrevista intimista chamámos os bastidores ao palco. Sem eles não se vê o artista, não se alegra o ambiente.
Observação de Teatro:
José Gil – Professor Adjunto de Teatro da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal Ator e Encenador
Maria Simas – Actriz do Teatro do Politécnico IPS e Mestranda