PSD defende renúncia da oposição para fazer cair Câmara de Setúbal e PS avalia saída de vereadores

PSD defende renúncia da oposição para fazer cair Câmara de Setúbal e PS avalia saída de vereadores

PSD defende renúncia da oposição para fazer cair Câmara de Setúbal e PS avalia saída de vereadores

|Paulo Lopes

Social-democratas apelam à demissão dos eleitos da CDU, enquanto socialistas dizem não haver, por agora, “motivos para exigir a demissão” de André Martins

 

O PSD de Setúbal defendeu hoje a demissão dos eleitos da CDU na Câmara Municipal e apelou à renúncia da oposição (PS e PSD), no caso de os comunistas não saírem, para fazer cair o executivo municipal. Já o PS, depois de avaliar a possibilidade, disse considerar não haver motivo para os vereadores socialistas renunciarem aos cargos para que foram eleitos, apesar de estar em causa “uma trapalhada”.

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Em comunicado, os social-democratas afirmam que, no que diz respeito à recepção de refugiados ucranianos por cidadãos de origem russa, “quem tem a responsabilidade deve assumi-la” e que “há ‘linhas vermelhas’ que não devem ser ultrapassadas”.

“Sabemos, no entanto, que as responsabilidades políticas, muitas das vezes, não são assumidas. Para que este não seja mais um desses casos, o PSD lança o repto ao Partido Socialista para que estes dois partidos da oposição renunciem caso o executivo comunista não o faça”, defenderam.

No entanto, o PS, pela voz do vereador Fernando José, rejeitou ainda hoje a possibilidade de os socialistas renunciarem aos cargos na Câmara Municipal, dizendo que cabe ao presidente da autarquia concluir se tem condições para continuar.

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Para Fernando José, “neste momento, com a informação e os dados” que se conhecem sobre o acolhimento de refugiados ucranianos pelos serviços municipais, “não existem motivos para exigir a demissão” do presidente da autarquia, André Martins, acrescentando que “terá de ser ele” e o Partido Comunista a tirarem as consequências deste caso e a concluir se o autarca tem condições para continuar no cargo.

Contudo, sublinhou tratar-se de “uma trapalhada”, por que é responsável o presidente da Câmara e o vereador com a tutela do acolhimento dos refugiados, e que podia ter sido evitada se André Martins tivesse ouvido os alertas da oposição, na reunião de 20 de Abril, e tivesse tido “a humildade” de reconhecer “o erro de avaliação”, “a insensibilidade” e “a incompetência” que foi colocar russos a acolher refugiados da Ucrânia.

Gabinete Municipal de Apoio a funcionar por telefone

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A recepção de cidadãos ucranianos por parte do gabinete municipal de Setúbal de apoio a refugiados, localizado no 1.º andar do Mercado do Livramento, continua a ser alvo de atenção.

O serviço, tal como André Martins, presidente da edilidade sadina, havia confirmado a O SETUBALENSE, voltou a estar em funcionamento na passada segunda-feira, mas o atendimento realiza-se agora apenas por telefone.

Para o acolhimento de refugiados é, de acordo com fonte da Câmara Municipal, seguido um protocolo de actuação. “Corresponde ao definido pelas diferentes entidades públicas e pelo grupo de trabalho criado no âmbito do Conselho Local de Acção Social de Setúbal, que reúne as entidades com responsabilidade em matéria de intervenção social”, disse a O SETUBALENSE.

Depois de afastada a trabalhadora da autarquia, a russa-portuguesa Yulia Kashina, ligada à Associação dos Emigrantes de Leste, da função de entrevistar os refugiados ucranianos no referido gabinete, garante a mesma fonte que desempenham agora funções “técnicos superiores com formação na área social”.

Desde que foi criada, “foram desenvolvidos na Linha [Municipal de Apoio aos Refugiados] 92 processos de atendimento social, com uma média diária de quatro a seis atendimentos”.

Com Lusa

Padre Ucraniano Ivan Petliak condena situação

O padre ucraniano Ivan Petliak condenou o facto de terem sido escolhidos “russos para desempenhar o serviço” na Câmara de Setúbal e disse não conhecer a actividade da Associação de Imigrantes dos Países de Leste – Edinstvo.

“Não conhecia o trabalho da associação e não quero conhecer. Não quero ter ligações a nenhuma associação russa até ao fim da minha vida”, sublinhou a O SETUBALENSE.

Em seguida, acrescentou: “A minha posição é que esta situação é um pouco estranha. Foram escolher russos para desempenhar este serviço. Mas nesta situação não sei o que eles podem fazer neste serviço e quem os colocou. Não deveriam de o ter feito, naturalmente”.

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