27 Julho 2024, Sábado

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PS admite provocar queda da Câmara de Setúbal se todos os vereadores do PSD renunciarem

PS admite provocar queda da Câmara de Setúbal se todos os vereadores do PSD renunciarem

PS admite provocar queda da Câmara de Setúbal se todos os vereadores do PSD renunciarem

Fernando José diz que renúncia do PSD seria “alteração das circunstâncias” porque CDU passaria a ter maioria absoluta

 

O PS admitiu ontem renunciar a todos os mandatos na Câmara Municipal de Setúbal, e com isso provocar a queda deste órgão autárquico e a convocação de eleições intercalares, se “todos” os eleitos do PSD tomarem primeiro essa iniciativa.

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A possibilidade de os socialistas acompanharem uma renúncia de toda a oposição foi admitida pelo primeiro vereador do PS, Fernando José, em declarações aos jornalistas á margem da reunião de câmara.

O autarca do PS justifica a possibilidade de os socialistas avançarem com a renúncia, nessa condição de o PSD avançar primeiro, com a “alteração das circunstâncias” políticas no município.

Fernando José argumenta que, com a saída dos dois vereadores do PSD, a CDU, que tem actualmente cinco eleitos, passaria a ter maioria absoluta, uma vez que o PS tem quatro vereadores.

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Essa alteração, de maioria relativa da CDU para maioria absoluta e a falta de representatividade, pela renúncia dos vereadores do PSD, seriam motivo, segundo Fernando José, para “o PS reunir em 24 horas e provavelmente decidir pela renúncia”.

Mesmo com esta abertura agora revelada pelo PS, a renúncia em bloco da oposição é improvável uma vez que o primeiro vereador do PSD, Fernando Negrão, tem rejeitado a hipótese de renunciar ao mandato, apesar da proposta ter partido da concelhia do PSD de Setúbal.

Questionado por O SETUBALENSE, depois destas declarações do PS, Fernando Negrão disse vai manter “a posição inicial”.

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André Martins entra em blackout

A Câmara Municipal de Setúbal não pretende fazer mais declarações públicas sobre o caso do acolhimento de refugiados ucranianos por cidadãos russos, disse o presidente da autarquia no início da reunião pública do executivo municipal, depois de ter lido uma declaração onde fez uma resenha sobre o desenvolvimento da polémica.

“Na manhã de hoje [ontem], foi-nos comunicado que se iriam iniciar em breve, nesta autarquia, diligências para apuramentos de factos em matéria de acolhimento de refugiados. (…) A partir deste momento entendemos que não devemos voltar a comentar publicamente este assunto.”, afirmou André Martins.

O Governo ordenou uma sindicância pela Inspecção-Geral de Finanças e solicitou uma investigação à Comissão Nacional de Protecção de Dados. O autarca da CDU informou que tomou a decisão de “evitar” fazer declarações públicas sobre a matéria por ter sido notificado por uma destas entidades, que não especificou.

O vereador do PS, Fernando José, entretanto informou que Igor Khashin já não é presidente da Edintsvo, a associação de imigrantes de leste que tem estado no centro da actual polémica. De acordo com o vereador socialista, a presidente da associação, já desde o ano passado, é Yula Kashina, esposa de Igor Khashin e funcionária do município.

Apesar das cerca de duas dezenas de perguntas feitas pelos vereadores da oposição, Fernando José (PS), Fernando Negrão (PSD), Sónia Martins (PSD) e Joel Marques (PS), André Martins recusou-se a responder, argumentando que “muitas das perguntas” serão respondidas pelas investigações previstas.

PS fala em “enxovalho” e Negrão em inquérito parlamentar

Durante o período antes da ordem de trabalhos, a oposição falou sobre o caso dos refugiados, com Fernando José a classificar a polémica como um “enxovalho para Setúbal e para os setubalenses” e a insistir em que André Martins tem “obrigação de responder” a pelo menos três perguntas.

“Foi aberto inquérito interno sobre protecção de dados? Em que condições e qualidade participou Igor Kashin nos inquéritos? Onde estão os dados recolhidos guardados?”, questionou o eleito socialista.

“Senhor presidente tem que assumir que esta foi uma trapalhada. Houve incompetência, pela sua parte e do vereador Pedro Pina, na análise e na acção. Nunca poderiam ter colocado cidadãos russos a acolher refugiados que vêm duma guerra, fragilizados.”, sintetizou Fernando José.

Pelo PSD, Fernando Negrão, não tendo também obtido resposta às 12 perguntas que colocou, aventou a hipótese de ser aberto um inquérito na Assembleia da República.

“Não nos responde aqui. Prefere responder a uma putativa comissão de inquérito sobre a matéria?”, atirou o vereador social-democrata, que é também deputado, para André Martins. Fernando José, que também é deputado, remeteu a decisão sobre um eventual inquérito parlamentar para a direcção do grupo do PS na Assembleia da República.

Divergência Posição de Fernando Negrão causa engulho e deixa concelhia muda

A posição divergente de Fernando Negrão, em relação ao repto público lançado pelo PSD Setúbal ao PS tendo em vista a renúncia em bloco dos vereadores destes dois partidos para obrigar à realização de eleições intercalares para a Câmara Municipal, causou engulho na estrutura local social-democrata.

E deixou a nu a débil relação existente entre o vereador – que foi cabeça-de-lista pelo PSD nas últimas autárquicas – e a concelhia laranja.

A recusa de Negrão em renunciar ao mandato, por considerar que primeiro deve ser apurada a dimensão da responsabilidade da gestão CDU no caso do acolhimento dos refugiados ucranianos, inviabiliza o desejo da comissão política do PSD de fazer cair, no imediato, o executivo presidido por André Martins (PEV), na eventualidade de os socialistas aceitarem o desafio – a oposição (quatro eleitos do PS e dois do PSD) teria de se demitir em bloco para provocar falta de quórum no executivo, composto ainda por cinco elementos da CDU.

Paulo Pisco, presidente da concelhia social-democrata, recusou-se a comentar a decisão tornada pública por Fernando Negrão, mas O SETUBALENSE sabe que a posição do vereador causou embaraço e veio acentuar uma clivagem profunda, que já vem de trás, entre o autarca e a estrutura local do partido.

Negrão, que desempenha também a função de deputado à Assembleia da República eleito pelo círculo de Setúbal, defendeu que seguiu aquela que é a posição do partido a nível nacional

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