Programação cultural do evento concentrou-se no Largo da Fonte Nova, junto da estátua da operária Mariana Torres
O espaço público do Bairro do Troino recebeu um evento do projecto PO.VOAR, com muita música, teatro, história e gastronomia. Esta série de eventos envolvida neste projecto cultural, que pretende promover a inclusão pela arte e da democratização do acesso à cultura no concelho, decorreu durante toda a tarde de sábado, numa celebração da história, da memória e da força colectiva da comunidade do bairro típico setubalense.
De participação gratuita, a programação cultural do evento concentrou-se no Largo da Fonte Nova, junto da estátua da operária Mariana Torres. A abertura da programação aconteceu com o Largo da Fonte Nova a ser o ponto de partida de um passeio guiado pelo historiador Diogo Ferreira.
Em destaque nesta iniciativa esteve também o teatro, com uma performance defronte da estátua que homenageia a antiga conserveira, assassinada em 1911 numa manifestação que lutava por melhores condições de trabalho. Seguiu-se o espectáculo de Patrícia Pereira Paixão “De olhos e voz aberta”.
O mesmo local foi depois ocupado pelos artistas Leonardo Silva e Luís Junqueira, que apresentaram os objectivos do projecto, entre os quais “a utilização da arte como ferramenta de transformação social” no Bairro do Troino.
Seguiram-se actividades que incluíram gastronomia, com uma reflexão em torno de temas relacionados com soberania alimentar e com o facto de o alimento ser um símbolo de Liberdade e comunidade, conduzida por Nuno Belchior. Esta conversa terminou com uma sopa partilhada.
Quanto à música, foi Et toi Michel, o alter-ego de João Mota, o protagonista de um concerto que, “entre guitarras, adufes e letras de intervenção, funde a tradição portuguesa com narrativas de utopia e sátira, encapsulando a essência do protesto e da esperança”. Esta festa terminou com uma conversa na União Setubalense, em torno do livro “O anarquismo e a arte de governar Portugal 1890-190”, com o autor Diogo Duarte e participação da actriz Patrícia Paixão e da antropóloga Vanessa Iglésias Amorim.