Diogo Marecos, administrador da Yilport, revela que melhoramentos vão permitir reduzir o impacto da actividade em termos sustentáveis
A Yilport, operador portuário internacional ao qual está concessionada a Zona 2 do Terminal Multiusos, diz ter “planos ambiciosos para o Porto de Setúbal”, como a modernização da infra-estrutura portuária, “melhorando a eficiência na operação e simultaneamente reduzindo o impacto da actividade em termos sustentáveis”.
A novidade é avançada a O SETUBALENSE por Diogo Marecos, administrador da Yilport, que garante que “este percurso já foi iniciado com, entre outras medidas, a implementação do sistema informático que é utilizado nos maiores e mais avançados terminais portuários mundiais: o NAVIS”.
“Presentemente encontramo-nos em fase de negociações com a autoridade portuária, a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS). Pela confidencialidade do processo, não poderemos ainda divulgar pormenores, mas esperamos em breve ter boas notícias nesta matéria”, explica.
A “concessão da Yilport relativa à zona 2 tem uma duração entre 20 e 30 anos”, sendo que o responsável revela que “o Porto de Setúbal é uma muito relevante infra-estrutura portuária nacional, com uma localização privilegiada à zona industrial de Setúbal, a apenas 50 quilómetros a sul de Lisboa, na maior zona de consumo português”.
“O Porto de Setúbal é uma das principais portas de acesso à indústria portuguesa, que beneficia de fáceis acessos, quer às redes rodoviária, quer ferroviária, o que favorece que a movimentação de mercadorias seja realizada através do Porto, sendo para nós um privilégio que a movimentação seja feita pelas nossas equipas”, afirma.
Além disso, Diogo Marecos considera que “o Porto de Setúbal tem capacidade de expansão, tendo na sua área de influência não só a possibilidade de receber novas indústrias, existindo vários projectos para a produção de energia verde, entre outros, como também de estender os próprios terminais portuários”.
Por este motivo, e uma vez que a Yilport, “presente em dez países, com um portfólio de 22 terminais e de seis terminais secos”, mantém “um claro compromisso com a economia portuguesa”, o administrador sublinha que o objectivo é “continuar a apoiar o crescimento de Portugal, movimentando as cargas de importação e exportação que o País necessita”.
“É nossa intenção continuarmos a crescer em Setúbal e com Setúbal. Estamos certos de que o futuro do Porto de Setúbal será muito positivo. Quer pelas condições naturais da infra-estrutura, como pela sua localização, acessos e indústria que o utiliza, como pelas potencialidades da região e das condições que esta pode vir a beneficiar”, salienta.
Yilport e Porto de Setúbal têm uma relação de “benefício mútuo”
Já a presença da Yilport no Porto de Setúbal “possibilita o uso das sinergias internacionais que o grupo detém, com um incremento da posição nacional nas operações portuárias europeias, permitindo gerar oportunidades comerciais significativas para a região, indústria e população, criando maior riqueza em termos de valor”.
“É o que se diz uma relação “win-win”, ou seja, de benefício mútuo para ambos. Para o Porto de Setúbal temos trazido não só as melhores práticas de gestão do grupo como as ferramentas necessárias a apoiar os nossos clientes, as cargas, os importadores e os exportadores, enquanto parceiro logístico estratégico”, assegura.
Actualmente, a Yilport, que é “o 11.º maior operador portuário do mundo e o 2.º maior europeu”, emprega mais de cinco mil pessoas, sendo que no Terminal de Setúbal “vem socorrendo-se do trabalho diário de mais de 150 profissionais, entre quadros próprios do grupo Yilport, mão-de-obra portuária e prestadores de serviços”.
“Sem todos estes profissionais não nos seria possível assegurar a operação portuária com qualidade e sucesso. Os últimos três anos são disso prova, em que não só mantivemos o terminal em funcionamento apesar dos confinamentos necessários pela situação da pandemia, como conseguimos ter disponibilidade para operar 24 horas por dia, 364 dias por ano”, descreve Diogo Marecos.
No Terminal Multiusos Zona 2 é prestado “um leque muito diversificado de serviços, que inclui a movimentação de carga contentorizada, ro-ro – abreviatura para rol on-roll off –, granel e carga fraccionada”.
“Na Yilport pretendemos continuar intrinsecamente ligados à região, sendo o operador portuário de excelência do Porto de Setúbal e uma referência na logística da região, sendo com estes objectivos que trabalhamos todos os dias”, garante o administrador.
Dragagens “Instrumento essencial para manter uma infra-estrutura portuária a funcionar”
Sobre as dragagens realizadas em Setúbal, Diogo Marecos, administrador da Yilport, classifica as mesmas como “um instrumento essencial para manter uma infra-estrutura portuária a funcionar e a servir a indústria e as populações”.
“São dois os factores que ditam a imprescindibilidade das dragagens: garantem que os canais de navegação e os postos de acostagem não ficam assoreados e permitem assegurar que o Porto de Setúbal está apto a receber os navios que navegam nas rotas do Atlântico, o que exige que os fundos marítimos tenham profundidade”, explica.
De acordo com o responsável, “o Porto de Setúbal é dos poucos portos nacionais que apresenta capacidade de expansão em termos de terraplenos, podendo acomodar no seu ‘hinterland’, ou área de influência, novas indústrias”.
“Caso as embarcações mais modernas deixem de poder escalar o Porto de Setúbal, teríamos um definhamento não só da infra-estrutura portuária, como da própria indústria na região, o que teria consequências como a perda de competitividade e de emprego e geraria maiores custos”, acrescenta.
Por este motivo, “a realização das dragagens permite assegurar o futuro do Porto de Setúbal, que continua a poder crescer, sem perda de cargas e a poder receber os navios dos armadores internacionais”.