Se a antiga autarca tivesse ganho em Almada teria saído do PCP e seria candidata independente a Setúbal? Comunistas estão “convencidos” de que os setubalenses sabem as respostas
O Partido Comunista Português (PCP) não responde ao que considera serem os “insultos” proferidos por Maria das Dores Meira, na entrevista dada esta quinta-feira a O SETUBALENSE, para não entrar numa campanha negativa.
“A afirmação do projecto do PCP e da CDU para o desenvolvimento de Setúbal é feita pela positiva, pelo que entendemos não dar resposta aos insultos que Maria das Dores Meira dirigiu ao partido onde militou 48 anos e às pessoas com quem trabalhou”, disse uma fonte da concelhia de Setúbal que não quer ser identificada.
“A partir da análise desta entrevista, a propósito da relação de Maria das Dores Meira com o PCP e com Setúbal” a mesma fonte lança duas perguntas: “Se Maria das Dores Meira tem ganho a Câmara Municipal de Almada teria saído do PCP? Se Maria das Dores Meira tem ganho a Câmara Municipal de Almada estaria a candidatar-se a Setúbal?”.
O partido não dá a sua resposta a estas perguntas, mas a referida fonte diz que os comunistas estão “convencidos que as populações deste concelho conhecem a resposta a estas questões”.
Na entrevista ao jornal, a antiga presidente da Câmara de Setúbal diz que o PCP “hoje não é o mesmo”, acusou alguns comunistas da concelhia de Setúbal de a perseguirem e de não terem proximidade às populações.
Dores Meira justifica a candidatura como independente, três meses depois de ter saído do PCP e de renunciar ao mandato de vereadora em Almada, dizendo que “Setúbal não está a ir pelo melhor caminho”.
A concelhia de Setúbal não quer fazer comentários às afirmações da ex-autarca CDU. A fonte ouvida por O SETUBALENSE limitou-se a esta resposta genérica.
Maria das Dores Meira foi eleita, por três vezes, presidente da Câmara de Setúbal pelas listas da CDU. Nas últimas autárquicas, por já não poder concorrer em Setúbal, foi candidata a Almada, onde perdeu para a socialista Inês de Medeiros.