Comunistas vêem resultados como “demonstração de resistência” e consequências de décadas de política de direita e promessas não cumpridas
Após reflexão, a Direcção da Organização Regional de Setúbal (DORS) do Partido Comunista Português (PCP) considera que os resultados eleitorais na Península de Setúbal são uma “clara demonstração de resistência” perante a “enorme campanha de deturpação” das suas posições.
Os comunistas garantem, em comunicado, que vão continuar a “lutar” pela resposta aos “problemas com que se confrontam os trabalhadores”, que podem continuar a contar com o PCP, com a “coragem de sempre”. Para a força política liderada por Paulo Raimundo os resultados das legislativas são as “consequências de décadas de política de direita e sucessivas promessas não cumpridas por diferentes Governos PS, PSD e CDS”.
A DORS do PCP reuniu-se na passada sexta-feira, tendo analisado os resultados obtidos nas eleições para a Assembleia da República e definido as tarefas e linhas de intervenção para os “tempos mais próximos”.
Numa primeira apreciação sobre os resultados eleitorais na Península de Setúbal, a DORS do PCP sublinha que estes, além de “acompanhar no fundamental as tendências nacionais”, são uma “clara demonstração de resistência” perante a “enorme campanha de deturpação das posições, ocultação e desvirtuação das e iniciativas; às sondagens que visavam promover a bipolarização e promoção de forças reaccionárias e fascizantes e apoucar a importância do voto e projecto da CDU, e estreitar a sua margem de crescimento”.
Ainda assim, mesmo com “maiores dificuldades” resultantes do quadro político saído destas eleições, com redução do número de votos e perda de um deputado no distrito, a DORS garante que a “luta” pela resposta aos “problemas com que se confrontam a maioria dos trabalhadores e das populações” continuará, referem em comunicado os comunistas.
Para o PCP, aquilo que se pode “extrair” destes resultados, é que eles são expressão do “descontentamento e desesperança” da populações da região, com as “consequências” de “décadas de política de direita e sucessivas promessas não cumpridas por diferentes Governos PS, PSD e CDS. Políticas que, no seus traços e aspectos fundamentais, contam com o apoio do Chega e IL”.
A CDU registou nestas eleições o pior resultado de sempre em legislativas, ao perder mais 36 mil votos e descer de seis para quatro deputados, agravando ainda mais o desaire eleitoral de 2022.
A força comunista perdeu votos, percentagem e um deputado por Setúbal. Bruno Dias, que era número dois, não foi eleito. Assim, Paula Santos é agora a única deputada eleita pelo PCP no distrito. A coligação perdeu percentagem em todos os 13 concelhos, embora na maioria a redução de votos tenha sido relativamente baixa.
Os comunistas foram ultrapassados pelo Chega em todos os concelhos, com excepção de Alcácer do Sal, onde continuam a ser a segunda força mais votada. Nos demais concelhos são a quarta ou quinta e, no Montijo, a sexta força.