Incêndio destruiu espaço comercial e feriu dois bombeiros. A origem do fogo permanece desconhecida, mas PJ investiga as causas

O incêndio na loja Hiper China, na avenida dos Combatentes, causou danos na noite de terça-feira, mas na manhã de hoje o cheiro a fumo e a queimado ainda pairava no ar, muito depois das chamas terem sido extintas. Este espaço comercial é agora apenas uma ‘carcaça’ negra, com as montras partidas e o interior destruído. Lá dentro, onde antes se empilhavam artigos de decoração, brinquedos e muita roupa, resta apenas aquilo que o fogo poupou, praticamente nada.

O incêndio teve início ao começo da noite de terça-feira, sendo que passava pouco das 19h00. Ao que O SETUBALENSE apurou, as chamas começaram na zona traseira do edifício, mas em poucos minutos, o fogo alastrou-se por toda a loja, libertando uma densa nuvem de fumo que cobriu parte do centro da cidade e que era visível em vários locais de Setúbal. “Era um fumo tão espesso que houve alturas em que mal se via a estrada”, descreveu um comerciante do lado oposto da loja, que assistiu de longe à movimentação dos bombeiros.

Os relatos foram vários, com diferentes moradores a descreverem experiências distintas. Uma comerciante da mesma rua da Hiper China explicou que quando encerrou a loja, às 19h00, tudo estava normal e apenas uns instantes depois já era visível uma grande nuvem de fumo.

O alerta foi dado às 19h07, e ao local ocorreram 58 operacionais, entre Bombeiros Sapadores e Voluntários de Setúbal e de Águas de Moura, apoiados por 22 viaturas. A operação prolongou-se por horas, num combate que só ficou controlado por volta das 22h15. Durante o incêndio dois bombeiros sofreram ferimentos ligeiros, mas ambos já tiveram alta.

Durante o combate às chamas, a Proteção Civil decidiu evacuar quatro prédios adjacentes à loja, temendo que as chamas pudessem atingir as habitações. As cerca de 100 pessoas assistiram de fora às labaredas que ‘devoravam’ a loja. Uma fonte da Proteção Civil explicou a O SETUBALENSE que os moradores regressaram às suas habitações assim que os técnicos asseguraram que a estrutura do edifício não estava em risco, por volta da meia-noite.

Quanto aos danos nas habitações, a mesma fonte esclareceu que estes não atingiram o interior, tendo-se limitado a algumas janelas e estores, que ficaram partidos devido à força do calor e também a algumas manobras de combate ao fogo.

Já na manhã de quarta-feira, os sinais da destruição causada pelas chamas tornaram-se mais evidentes. A fachada da loja, que abriu em novembro de 2013, estava agora negra, no interior ainda existiam alguns pontos que fumegavam, estando o ar muito ‘pesado’ com um intenso cheiro a queimado.

Todos os que passavam no local paravam para observar a tragédia e utilizavam os telemóveis para filmar e fotografar os escombros daquilo que era no dia anterior uma loja bastante movimentada. No local permanecia a Proteção Civil a proceder à limpeza do espaço, enquanto agentes da Polícia Judiciária recolhiam vestígios e indícios para determinar a origem do incêndio, que, até ao momento, continua desconhecida.