Primeiro volume do livro criado no âmbito dos 170 anos do jornal será apresentado no salão nobre da Câmara Municipal
O primeiro volume do “Dicionário da História de Setúbal” é apresentado neste sábado, 19 de Julho, no âmbito do 170.º aniversário d’O SETUBALENSE. O primeiro volume de uma obra que vai contar com outras duas partes, lançadas em 2026 e 2027, é apresentado no salão nobre da Câmara Municipal de Setúbal, a partir das 18 horas. A apresentação será feita pelo jornalista Pedro Tadeu, contando com a participação do presidente da autarquia setubalense, André Martins, do presidente da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS), Carlos Correia, e com o editor da obra e também director do jornal O SETUBALENSE, Francisco Alves Rito.
A obra, cujo primeiro volume terá sensivelmente 450 páginas, é coordenado pelo historiador Albérico Afonso Costa. No volume 1, de A a E, são quase 500 páginas de um dicionário que, mais do que um conjunto de palavras organizadas por ordem alfabética, “é um instrumento de consulta que nos permite ultrapassar dúvidas e lança luzes sobre o que não sabemos”, realça o historiador.
Esta obra, coordenada pelo professor Albérico Afonso Costa, contará com a participação de quase uma centena de profissionais de áreas como arqueologia, sociologia, antropologia, economia, arquitectura e jornalismo que ‘escavaram’ a história local de Setúbal. Nesta obra serão encontradas, de forma sistematizada, as “traves-mestras” do passado colectivo.
Obra conta com mais de mil e trezentas entradas
O ‘Dicionário da História de Setúbal’ integrará mais de mil e trezentas entradas (verbetes), abrangendo temas da área social, política, económica, cultural, desportiva e religiosa, num arco temporal que vai da pré-história à época contemporânea. Integrará, ainda, sínteses biográficas de homens e mulheres que nasceram e ou viveram em Setúbal e que de alguma forma se destacaram na sua área de intervenção.
Com a edição deste dicionário, o pretendido é “assumir a responsabilidade cívica de continuar a preservar os valores culturais e históricos da comunidade que foi o seu chão desde o primeiro número”. De acordo com Albérico Costa, com este projecto editorial o objectivo passa por proporcionar aos setubalenses, e particularmente a alunos e professores, um “instrumento de informação e de síntese acerca da investigação histórica” já realizada sobre a cidade do Sado. Terá ainda como meta “trazer à luz do dia nova informação sobre temas pouco conhecidos e, de algum modo, abrir portas a novas investigações”.
O historiador responsável pela coordenação da obra refere que, tendo em conta que se “vive um tempo pautado pela violência do esquecimento”, a principal virtualidade deste dicionário passa por “organizar a história da cidade em que se vive, destacando os acontecimentos que lhe deram a feição que hoje tem, os diversos ideários que aqui se tentaram cumprir, relembrar as figuras que aqui nasceram ou inscreveram a sua vida, entender o pulsar do tempo e como se chegou até hoje”.
Para Albérico Costa, ao longo de quase dois séculos de existência, O SETUBALENSE acompanhou toda a história da cidade que o viu nascer, constituindo-se como “uma memória da cidade”.
Autores realçam importância do livro como ferramenta de investigação
Ao longo da promoção deste livro, foram alguns os autores convidados da obra que falaram sobre a mesma. João Reis Ribeiro destaca a importância deste dicionário como um “instrumento de consulta” e “ponto de partida” para novas investigações, realçando que a obra é “muito importante” para o “conhecimento da identidade setubalense”.
Já o investigador Diogo Ferreira destaca o nível de pormenor do livro, a diversidade de áreas envolvidas na construção do mesmo e o significado e impacto que este vai ter, não só na história do concelho, como em futuras investigações, considerando que, quando terminar, o dicionário vai ser o “maior contributo” para a historiografia de Setúbal.
Para a historiadora Ana Alcântara, este livro é “fundamental” para o conhecimento da história local e mesmo nacional, considerando que este projecto permite “tirar da invisibilidade” alguns acontecimentos e personagens que, de outra maneira, “não teriam eco”.
Esta obra conta com o patrocínio da APSS e o apoio da Câmara Municipal de Setúbal.