29 Agosto 2024, Quinta-feira

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“O Plano de Desenvolvimento do Desporto é uma ferramenta que está ao serviço da cidade de Setúbal”

“O Plano de Desenvolvimento do Desporto é uma ferramenta que está ao serviço da cidade de Setúbal”

“O Plano de Desenvolvimento do Desporto é uma ferramenta que está ao serviço da cidade de Setúbal”

Pedro Pina aponta para requalificação do Centro Náutico como futuro investimento. Vereador garante que executivo tem “olhar estratégico” para desenvolvimento da prática desportiva

As políticas que são definidas têm de estar suportadas em análises e diagnósticos “muito rigorosos”. Este é o entendimento de Pedro Pina, vereador da Câmara Municipal de Setúbal, com o pelouro do Desporto, que vê o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Desporto do Município, cuja submissão a consulta pública foi aprovada em reunião pública, como uma ferramenta que “está ao serviço” de Setúbal e que deve deixar toda a cidade e os seus autarcas “satisfeitos”.

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Este documento é constituído por três capítulos: o enquadramento temático e conceptual do desporto e do seu enquadramento na actividade municipal, a análise da oferta e da procura desportiva e o plano de acção e mecanismos de monitorização e acompanhamento.

Em entrevista a O SETUBALENSE, o autarca sublinha que aquilo que deve preocupar a cidade é ter um “olhar estratégico” para o desenvolvimento da prática desportiva. Para tal, o vereador aponta para a requalificação e construção do Centro Náutico como algo que está em análise e revela que a edilidade está em vias de fazer um investimento no ténis e depois um conjunto de qualificações que permita valorizar a prática existente desta modalidade.

Sobre a possibilidade de poder ser criado um Pavilhão Multiusos em Setúbal, Pedro Pina explica que o foco autárquico está em “criar melhores condições” para a prática desportiva “estruturada e residente”. Relativamente à falta de financiamento do PRR no desporto, o autarca reforça que se trata de um bom exemplo da “ausência de um olhar estratégico” para a componente do desporto.

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Está satisfeito com o Relatório Final do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Desporto do município de Setúbal?

Nós na Câmara Municipal de Setúbal, tal como foi apresentado na reunião de câmara, temos esta apreciação e esta análise que exige às responsabilidades da governação autárquica sentido de responsabilidade também para a tomada de decisão de uma forma mais comprometida com aquilo que é o diagnóstico das realidades. Portanto, acho que os tempos em que vivemos não se compadecem com medidas que sejam pensadas avulso ou que até podem ser bem intencionadas, mas, acima de tudo, exige-se, face àquilo que é também a gestão pública dos recursos, que. as políticas que são definidas e que são desenhadas estejam suportadas em diagnósticos muito rigorosos e análises muito rigorosas daquilo que é o tecido social, associativo, de um município e, portanto, tal como fizemos no plano Estratégico da Cultura, fazemo-lo para o desporto.

Este plano estratégico deve deixar a cidade e os autarcas satisfeitos, ou seja, este documento tem também depois a possibilidade de ser analisado por todos, que lhe podem dar uma percepção e um conhecimento fino e detalhado daquilo que é a realidade, porque só assim é possível nós decidirmos bem e melhor aquilo que são as percepções individuais, daquilo que são, eventualmente, até por vezes, opções que são tomadas não em função de um diagnóstico ou de necessidades concretas. Este plano estratégico é uma ferramenta que está ao serviço da cidade, para permitir que quem governa e quem decide possa decidir melhor em prol da prática desportiva e das políticas desportivas do município.

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Quando se pensou em fazer este ponto, qual é que foi o objectivo inicial?

Setúbal tem vindo a fazer uma caminhada muito interessante e muito estimulante. É bom que recordemos de onde partimos, onde estamos e para onde queremos caminhar. É fácil fazermos considerações despidas ou destituídas dos argumentos e de um conhecimento efectivo daquilo que é a realidade. É bom que tenhamos consciência que ao longo, sobretudo da última década, Setúbal deu um passo gigante naquilo que foi a afirmação e, sobretudo, no seu olhar estratégico para a política desportiva, acima de tudo, a particularidade de assumirmos o desporto como um pilar de desenvolvimento da cidade. A cidade Europeia do Desporto foi incontornavelmente um marco que deu a Setúbal esse estatuto e tal como nós dizíamos há oito anos, esse reconhecimento valorizou a capacidade de organização e a visão estratégica. Sabíamos que tínhamos algumas fragilidades, mas sabíamos acima de tudo que uma cidade deve ser capaz de reconhecer as suas potencialidades, reconhecer as suas fragilidades e, em função disso, traçar um caminho e nós traçamos esse caminho com uma aposta na valorização do território e naquilo que era diferenciador. A questão do Rio como um elemento central da prática desportiva. A Serra da Arrábida e a valorização também daquilo que era o tecido associativo. Essa aposta foi uma aposta ganha.

Este caminho que temos feito é um caminho que sentimos que tem vindo a ser muito valorizado.  Temos traçado um plano de investimentos durante este mandato, embora haja coisas que não acontecem exactamente nos timings em que queremos, mas que será objectivamente um investimento extraordinário na requalificação e na valorização de equipamentos municipais.

De acordo com o relatório 16% das entidades têm equipamentos em mau estado. A autarquia está atenta a esses casos?

Nós temos um plano anual de requalificação dos equipamentos, visto que estes sofrem um desgaste muito grande ao longo do ano, e que em grande maioria são totalmente garantidos na sua sustentabilidade pela Câmara Municipal. Temos identificado iluminação de campos desportivos, requalificação e ajustamento de algumas dessas infra-estruturas. Tudo isso tem um custo muito elevado e, portanto, a Câmara Municipal tem um plano naturalmente para responder a essas essas mesmas necessidades, sempre também em colaboração com as próprias instituições.

Considera que os equipamentos existentes na cidade são suficientes e têm condições para responder à procura actual?

Há sempre necessidade de mais, mas também é importante quando a cidade por si mesmo constrói mecanismos associativos para poder desenvolver qualquer tipo de prática. Obviamente que achamos que ficamos sempre a necessitar de mais, portanto, precisamos de mais pavilhões, precisamos de mais campos. A discussão tem de ser feita na estreita medida, também daquilo que os próprios projectos associativos esperam e necessitam.

Trabalhamos para fazer sempre o melhor que conseguimos ao serviço dos clubes, mas achamos também que esse é um compromisso que tem de ser feito e que deve ser feito conjuntamente com o sentido de responsabilidade que cada clube também deve procurar definir o seu caminho e definir também numa relação estreita com a Câmara Municipal, os passos que deve dar para um crescimento sustentável e que vai ao encontro de um olhar e de uma estratégia de desenvolvimento do desporto da cidade.

De acordo com o relatório, de 2019 para 2020, houve uma diminuição de cerca de 64% da prática desportiva. Objectivo é voltar a alcançar estes números?

Não temos qualquer dúvidas que vamos superar e ultrapassar. Temos vindo a fazer um caminho ascendente no aumento progressivo da prática desportiva, sobretudo nas faixas etárias mais baixas. As autarquias não podem nem devem em determinadas áreas, no que diz respeito à política desportiva, fazer uma discussão de uma forma isolada. Portanto, este também era o tempo, e não estamos aqui a sacar responsabilidades a ninguém, que nomeadamente o Governo, o Instituto Português do Desporto e da Juventude olhe e que encontre definitivamente uma visão estratégica para o desenvolvimento desportivo do País e olhando para os seus territórios e para os recursos que cada território pode ter e que pode permitir, só assim seremos capazes, de facto, ser um País onde o desporto é um pilar de desenvolvimento, senão o que continuaremos a ter, é cada um por si em função dos seus meios e dos seus recursos a tentar construir o melhor que consegue ou o quanto consegue.

Falta na cidade de Setúbal um pavilhão multiusos?

Isso é uma falsa questão. Aquilo que deve preocupar a cidade de Setúbal é, acima de tudo, ter um olhar estratégico para o desenvolvimento da prática desportiva. Fazer um caminho que me parece relevante que é garantir que os nossos jovens, mas também a população sénior, possam ter acesso à prática desportiva nas melhores condições através do movimento associativo e que possam dessa forma também com essa componente tão importante para o seu desenvolvimento individual ter acesso à prática desportiva. Essa é a nossa grande aposta e os equipamentos devem ser focados nisso.

A Câmara de Setúbal gostaria de ter esse equipamento, mas a Câmara de Setúbal, acima de tudo, preocupa-se com aquilo que são as razões reais. Estamos muito mais preocupados em criar mais e melhores condições para a prática desportiva estruturada e residente e, portanto, na continuação da valorização de um olhar estratégico para o Rio para a prática desportiva dos desportos náuticos, na valorização e na requalificação e na construção de equipamentos que permitam o acesso à prática desportiva.

Os equipamentos têm de ter um enquadramento no olhar estratégico. A aposta é aumentar a prática desportiva, valorizar a oferta, aumentar essa oferta sempre com um olhar sustentável e estratégico para aquilo que é a realidade.

Que construções ou requalificações estão previstas para o futuro, além das já conhecidas?

Neste momento temos a requalificação do pavilhão João dos Santos, o Campo Municipal das Pedreiras, o Campo Municipal Júlio Tavares, o Pavilhão Municipal das Manteigadas e depois há equipamentos que estão claramente em agenda, nomeadamente um grande pavilhão em Azeitão. A requalificação e construção do Centro Náutico é claramente também uma dimensão que está em cima da mesa.

Temos um investimento que foi recentemente realizado, investimento também com a Federação Portuguesa de Ténis, a Associação Portuguesa de Ténis e o Clube de Ténis. Estamos em vias de também ali fazer um investimento e depois um conjunto de qualificações que permita a valorizar aquilo que é a prática existente. Tudo isso está considerado. Sabemos que neste momento há uma grande procura por parte de alguns adversários políticos a querer encontrar aqui os vazios, mas era bom que também o sentido de responsabilidade de quem faz política se baseasse não no querer esgrimir percepções, mas sobretudo naquilo que é um olhar realista sobre o território, até porque algumas dessas forças políticas têm responsabilidades entidades que não tiveram a capacidade de resolver aquilo que são problemas estruturais de um País e, portanto, acho que o sentido de responsabilidade sobre estas matérias também deve merecer da parte deles esse esse sentido de consciência.

Setúbal é uma referência incontornável do desporto e no País tem um reconhecimento internacional naquilo que são organizações de eventos.

O que é que a Câmara Municipal podia ter feito com o PRR na área do Desporto?

Não havia nenhuma linha de financiamento no âmbito PRR, que traçou claramente outras prioridades, como a questão da habitação, que é que é muito relevante, mas efectivamente não havia nenhum programa dirigido exclusivamente para a área do desporto.

Ora aí tem uma boa oportunidade em que o País podia ter feito uma grande transformação efectivamente por via das autarquias, que eu creio que tão boa conta têm dado do Norte ao Sul do País, na valorização, requalificação e construção de equipamentos desportivos. É um bom exemplo da ausência de um olhar estratégico para a componente do desporto.

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