Nenhum concelho da Península de Setúbal escapou à depressão Cláudia

Nenhum concelho da Península de Setúbal escapou à depressão Cláudia

Nenhum concelho da Península de Setúbal escapou à depressão Cláudia

A Quinta do Conde foi uma das localidades de Sesimbra mais afetada com o mau tempo Hugo Carreiro / Foto publicada no Facebook da Junta de Freguesia da Quinta do Conde

A Península de Setúbal registou 472 ocorrências. No Seixal morreram duas pessoas e no concelho de Setúbal, Azeitão foi a localidade mais afetada

A Península de Setúbal, que esteve em alerta vermelho, registou desde a 14h00 de quarta-feira até às 16h00 de hoje, quinta-feira, 472 ocorrências causadas pela depressão Cláudia, no total dos nove concelhos desta região, adiantou o Comando Distrital de Operações de Socorro de Setúbal (CDOS), a O SETUBALENSE. Um número de ocorrências que a meio da tarde de hoje ainda estava a ser atualizado.

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A maioria dos casos registados foram inundações em habitações, problemas na rede viária entre eles carros imobilizados pela bátega, queda de estruturas e árvores. A situação grave aconteceu em Fernão Ferro, concelho do Seixal, onde um casal de idosos com 88 anos, que vivia sozinho, foi encontrado morto dentro de casa pelos Bombeiros do Seixal.

Segundo o comandante da corporação, José Mendes, em declarações à CMTV, o alerta para o comando foi dado às 8h43, referindo uma inundação numa habitação. Para o local deslocaram-se três viaturas e nove homens que se depararam com o casal afogado. Ambos foram retirados para o exterior e feitas manobras de Suporte Básico de Vida, mas sem sucesso.

Ainda segundo o comandante dos Bombeiros do Seixal, no concelho foram registadas 50 ocorrências tendo sido mobilizadas 11 viaturas.

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Apesar do CDOS, na tarde de hoje, ainda não ter apurado em qual concelho da Península de Setúbal a depressão Cláudia causou mais estragos, havia a indicação de que o Seixal, Sesimbra, Montijo e Setúbal foram dos mais afetados.

No caso do Montijo, o comandante dos bombeiros do concelho, Luís Silva, observou que no período de maior precipitação, entre as 4h00 e as 9h00, foram registadas 90 ocorrências, sendo que 20 delas ainda estavam em resolução em domínio público, disse a O SETUBALENSE.

Durante a tarde, os casos em domínio público estavam resolvidos, com todas as estradas abertas. As ocorrências na sua maioria foram em estruturas, havendo ainda duas pessoas que foram desalojadas devido à queda do telhado. Os bombeiros atuaram ainda no salvamento de um animal, neste caso um cavalo.

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No concelho de Setúbal, onde tal como nos outros concelho da península, a maior carga de água e ventos aconteceram durante o período da manhã, foram verificadas 115 ocorrências, referiu o comandante dos Bombeiros Sapadores de Setúbal, David Domingues, a O SETUBALENSE. Na tarde de hoje, ainda existiam 14 situações em curso.

Depressão Cláudia na cidade de Setúbal

80% das ocorrências no concelho foram devido a inundações, e outras por queda de árvores, deslizamento de terras e queda de postos da EDP. 65% das situações ocorreram em Azeitão.

No caso do concelho de Sesimbra, a localidade mais afetada foi a freguesia da Quinta do Conde, onde ocorreram inundações na zona urbana. Celestino Gaio, eleito nas última autárquicas para gerir a freguesia, publicou no Facebook que “as fortes chuvas das últimas horas provocaram inundações em vários pontos da freguesia, causando alguns constrangimentos à população”.

O autarca, que esteve nas ruas mais afetadas da localidade “com as equipas no terreno para garantir uma resposta rápida”, pediu aos moradores para enviarem fotografias dos danos para que a junta possa tomar uma ação célere.

Na Moita, as instalações do União Futebol Clube Moitense foram inundadas. “O clube foi fortemente afetado, registando inundações nos campos, nos balneários, no posto médico e na secretaria”, publicou o clube na sua página do Facebook.

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, para hoje, sexta-feira, não é apontada situação de mau tempo, mas para sábado, 15 de novembro, é lançado o aviso laranja entre as 9h00 e as 15h00 devido a precipitação persistente, por vezes forte, e acompanhada de trovoada. 

Portugal continental registou, até às 13h00 de hoje, 1.292 ocorrências devido ao mau tempo, informou a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

O ponto de situação foi feito pelo comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, Mário Silvestre, aos jornalistas, na sede da ANEPC, em Carnaxide, Oeiras, pelas 13h30, que apontou as inundações, as quedas de estruturas, as quedas de árvores e limpezas de via, como as ocorrências em maior número, tendo sido também efetuados três salvamentos terrestres e cinco aquáticos.

Em termos de vítimas, o responsável apontou para duas mortes em Fernão Ferro, devido à inundação de uma habitação, e para um ferido ligeiro, na sequência de uma queda de árvore no concelho de Serpa.

Quanto ao número de desalojados, Mário Silvestre referiu que houve cinco na Região do Médio Tejo, no concelho de Abrantes, e quatro na Lezíria do Tejo, na localidade de Glória do Ribatejo, concelho de Salvaterra de Magos, ambos os casos no distrito de Santarém.

O comandante do ANEPC deu conta ainda de que um “fenómeno extremo de vento” no concelho de Nisa (distrito de Portalegre), terá provocado danos em 10 habitações e na rede elétrica.

Foram, igualmente, registados estragos no concelho de Silves (distrito de Faro) e no Fundão (distrito de Castelo Branco), com telhados e estruturas afetadas.

Para as próximas horas, Mário Silvestre aconselhou a população a evitar deslocações desnecessárias, a remover objetos soltos e a manter limpos os sistemas de escoamento de águas pluviais, alertando para riscos nas zonas arborizadas e costeiras, devido à previsão de vento forte e ondulação elevada.

“Evitar o estacionamento também próximo da orla marítima. Do ponto de vista da condução, adotar uma condução defensiva, reduzir a velocidade, ter cuidado com os lençóis de água.

Cláudia é o nome atribuído pela AEMET (Serviço Meteorológico de Espanha) a uma depressão, com expressão em altitude, que se prevê que às 12 UTC de 12 de novembro, estava centrada aproximadamente em 46°N e 21°W, com uma pressão atmosférica no centro de 980 hPa, inserida numa vasta região depressionária complexa sobre o Atlântico Norte e que se prevê ficar quase estacionária até ao fim de semana.

Com Lusa

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