Mercado do Livramento: A abastecer a população quase desde que Setúbal é cidade

Mercado do Livramento: A abastecer a população quase desde que Setúbal é cidade

Mercado do Livramento: A abastecer a população quase desde que Setúbal é cidade

|José Pereira

Construção do mercado permitiu a Setúbal aceder a mais produtos e em melhores condições

 

Foi em 1876, num quadro já antigo de forte crescimento económico e num forte dinamismo comercial e portuário, derivados da política nacional de Fontes Pereira de Melo, nos anos 60, que Setúbal viu nascer o que se tornou um dos mercados mais conceituados do mundo.

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Mercado do Livramento: A abastecer a população quase desde que Setúbal é cidade

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A cidade – estatuto a Setúbal que foi elevada em 1860 – recebia já muitas embarcações do estrangeiro e dominava o comércio de produtos como o sal, a laranja e maioritariamente o pescado, que exportava para o mundo inteiro.

A construção do Mercado do Livramento, assim apelidado por ter sido construído perto do Baluarte do Livramento, parte da muralha que sequiava a cidade de Setúbal, foi proposta e edificada pelo Dr. António Rodrigues Manito, um dos mais importantes presidentes da Câmara de Setúbal do final do século XIX, e desenhado por Marcelino Alemão Mendonça Cisneiros de Faria.

Depois de terminada, a obra veio satisfazer a necessidade de abastecimento da população com outro tipo de produtos para além do peixe, um dos poucos produtos alimentares cuja obtenção não dependia de fora.

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Diogo Ferreira, historiador setubalense, conta que “na altura, a cidade de Setúbal – esta jovem cidade – era uma cidade dependente, a população dependia do consumo de produtos de primeira necessidade de fora de Setúbal: o abastecimento de pão, de produtos agrícolas, hortícolas, era dependente maioritariamente do que vinha de fora da cidade, de Lisboa, de terras do Alentejo, etc”.

Numa altura em que a actividade comercial tinha lugar maioritariamente ao ar livre, em locais como a Praça do Sapal, na actual Praça do Bocage, onde se vendiam produtos hortícolas, a construção do Mercado do Livramento veio também proporcionar a melhoria das condições de venda dos produtos e um melhor acesso do público aos mesmos.

“Ou seja, para além de promover o espaço agregador da venda de produtos agrícolas, permitiu a diversificação desses mesmos produtos e a melhoria das condições de higiene em que era feita a venda”, afirma o historiador.

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Em 1928, o Mercado do Livramento foi sujeito a obras de modernização e ampliação, promovidas pelo Dr. Carlos Osório Botelho Moniz, setubalense e então presidente da Câmara de Setúbal, nomeado no seguimento do Golpe de Estado de 28 de Maio de 1926.

Nessa altura, o mercado tinha algumas influências da Arte Deco. Agora, em 2021, depois da última remodelação ocorrida em 2012, os comerciantes expressam o seu agrado para com os progressos que foram feitos ao longo dos anos, que conferiram uma melhor organização e aspecto geral ao famoso Mercado do Livramento.

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