Inês Sanches começou a ser interrogada pela procuradora do Ministério Público. Disse ter ido para o namorado “não desconfiar que algo estava errado”
Inês Sanches, a mãe da menina de três anos que morreu em Setúbal, em Junho de 2022, vítima de maus-tratos, começou a ser interrogada pela procuradora do Ministério Público.
A magistrada quis saber sobre a noite anterior à morte de Jéssica Biscaia, em que Inês Sanches viu a menina. Nesse dia, a mãe da criança foi de manhã para uma festa da TVI, viu a menina e depois foi para casa.
“Depois foi para casa ver televisão e o que fez?”, questionou a magistrada. “Fiz a minha vida normal. Fui ao karaoke para o Paulo, o meu namorado, não desconfiar que algo estava errado”, respondeu Inês Sanches.
A procuradora questionou ainda sobre o contacto com a menina na casa dos homicidas no dia antes da morte. “Eu vi a menina, estava enrolada numa manta, não consegui estar com ela”.
A procuradora fez diversas perguntas sobre várias situações em relação à semana em que Jéssica Biscaia foi morta. Inês Sanches afirmou que não se dirigiu ao hospital quando tinha a menina nos braços por ter medo de perder a criança, que conheceu Justo, Cristina e Esmeralda através do seu ex-companheiro um ou dois anos antes da morte da menor e que contactou o ex-companheiro, pai da Jéssica Biscaia, no dia da morte da menina.
“Liguei a pedir dinheiro”, disse. A mãe da criança foi ainda questionada sobre o valor em dívida, tendo alegado ter pago 50 euros, valor diferente sobre o que disse de manhã.
O juiz interrompeu. “Se vem colaborar com o tribunal e a cada minuto muda o que diz, não colabora. O tribunal tem que valorar as suas declarações e se na hora de almoço para aqui já não se lembra do que me disse, nada vale”, disse o juiz.
Inês Sanches afirmou que se confundiu e que o valor em dívida pela bruxaria era de 250 euros, acrescido de juros. “Eu já nem sei quanto dinheiro devia, estavam sempre a pedir mais”, adiantou.