11 Agosto 2024, Domingo

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Lojistas passam noite no Centro Comercial do Bonfim para travarem fecho do espaço

Lojistas passam noite no Centro Comercial do Bonfim para travarem fecho do espaço

Lojistas passam noite no Centro Comercial do Bonfim para travarem fecho do espaço

Utentes lamentam fecho do espaço e colocam-se ao lado dos comerciantes, que continuam a aguardar decisão judicial sobre providência cautelar

 

Os lojistas do Centro Comercial do Bonfim pernoitaram na madrugada desta terça-feira naquele espaço para impedir um novo encerramento, como o que aconteceu na véspera e que levou a PSP a identificá-los.

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A decisão de passar a noite no centro comercial foi tomada ao final da tarde de ssegunda-feira, quando a PSP surgiu pela segunda vez no espaço a perguntar se iam sair.

António Gorrão, marido da comerciante proprietária da tabacaria T&T.com conta que estavam nessa altura todos reunidos e negaram sair. “Dissemos que não e a polícia foi embora. Revezámo-nos em dois grupos de cinco e fizemos turnos para não deixarmos o centro comercial sem ninguém durante a noite. As portas ficaram fechadas e de manhã voltámos a reabrir ao público”, disse.

Os comerciantes utilizaram mantas e ficaram no átrio principal do centro comercial. Esta noite devem voltar a ficar naquela superfíciecomercial.

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José Cadimas, comerciante do pronto a comer Doce e Amargo, aberto há 34 anos, espera que haja diálogo com a empresa gestora do espaço, Célebres Assuntos, que no início de Dezembro deu 30 dias para que os lojistas desocupassem o centro. “Eu e a minha mulher temos aqui um projecto de vida que não podemos abandonar desta forma, temos clientes que já são amigos de longa data e não é possível sair assim, dum momento para o outro”, confessou.

A empresa alegou que os proprietários cessaram o contrato de arrendamento e por isso não podia renovar os contratos de subarrendamento com os lojistas.

Os comerciantes interpuseram então no Tribunal de Setúbal uma providência cautelar contra o encerramento e não entregaram as chaves das lojas. Até decisão judicial, não querem sair do espaço.

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Durante a tarde, os clientes lamentavam o encerramento. “Este é um espaço de convívio para muitos idosos que moram sozinhos nas redondezas e que sem isto ficam em casa o dia inteiro”, sublinhou Maria João Vieira, 58 anos. A setubalense lembra-se de frequentar o espaço quando tinha ainda um cinema. “Morava no Barreiro e vinha de propósito ao cinema”.

Mitaldina Rufina, 79 anos, frequenta o centro comercial há décadas e lamenta o desfecho anunciado. “Ao longo dos anos o espaço foi ficando mais vazio, mas temos um comércio de proximidade, conhecemos todos os lojistas e eles não podem ser tratados desta forma”, considerou.

A Câmara Municipal de Setúbal admite “preocupação” face “ao encerramento do espaço comercial que reúne um número muito considerável de pequenos negócios de que dependem muitas famílias e que animam bastante a zona da cidade”.

O presidente da autarquia, André Martins, afirma que “ainda que a Câmara Municipal não tenha qualquer informação sobre as intenções dos proprietários do espaço, apela a que o processo, a ser irreversível, decorra no pleno respeito pelos direitos dos comerciantes ali instalados, criando as necessárias condições para que possam encontrar alternativas para a viabilidade futura dos seus negócios.

Trata-se, afinal, de um centro comercial que faz parte da identidade de várias gerações de setubalenses e que marcou, em particular, as décadas de oitenta e de noventa do século passado”, conclui o autarca.

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