Lídia Sequeira garante que dragados não vão para a Restinga

Lídia Sequeira garante que dragados não vão para a Restinga

Lídia Sequeira garante que dragados não vão para a Restinga

A primeira fase dos dragados para alargamento do canal de navegação do Porto de Setúbal vai ser depositada junto ao terminal ró-ró. A informação foi transmitida na quarta-feira pela presidente da APSS, numa reunião com a Bivalmar, e para a semana irá ouvir a Sesibal. Os pescadores ainda esperam para ver

 

A Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) “não vai permitir a deposição de dragados na zona da Restinga até que haja uma solução de consenso com os pescadores”, garantiu ontem à agência Lusa fonte da administração portuária.

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“Aquilo que está previsto é que o primeiro local a ser utilizado para deposição de dragados será o aterro, junto ao terminal ró-ró, tendo em vista a ampliação dos terminais portuários. Nos outros locais não se vai fazer a deposição de dragados até haver uma solução de consenso com os pescadores”.

“A presidente [Lídia Sequeira] e o Conselho de Administração da APSS estão muito sensíveis ao problema dos pescadores e, por isso, é que se realizou uma reunião na quarta-feira”, referiu fonte da APSS.

Um encontro que não terá sido muito falado e, talvez por isso, causou surpresa no início da reunião de Câmara de Setúbal, que começou a meio da tarde do mesmo dia, e tinha na ordem de trabalhos uma moção do PSD sobre os dragados onde se requeria a intervenção do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Mas ao saber-se da reunião entre a APSS e os pescadores, o documento foi retirado.

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O assunto foi comentado na Câmara de Setúbal, apesar de ninguém parecer saber o conteúdo desta reunião. O único cometário que se ouviu da parte da presidente Maria das Dores Meira, e que lhe foi transmitido por um seu assessor, foi que o encontro “correu bem”.

Esta reunião terá sido solicitada por Lídia Sequeira com as associações ligadas à pesca. Não compareceu o responsável pela Sesibal-Cooperativa de Pesca de Setúbal, Sesimbra e Sines, Ricardo Santos, que revelou a O SETUBALENSE-DIÁRIO DA REGIÃO ter sido convidado mas, como não pode estar presente, irá reunir com a APSS “na próxima terça-feira”.

Sentado à mesa com a presidente da APSS esteve Carlos Pratas, representante da Bilvalmar – associação que representa dezenas de pescadores de bivalves. “A presidente da APSS garantiu-nos que a deposição de dragados se irá fazer apenas na zona de ampliação dos terminais portuários até que seja encontrada uma solução de consenso dos pescadores”, contou este responsável à Lusa.

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“No que respeita ao outro local possível para a deposição de dragados, a sul da barra, numa zona com uma profundidade de cerca de 80 metros, a nossa associação não se opõe”, acrescentou Carlos Pratas, salientando que a deposição de dragados acaba sempre por ter impactos negativos, mas que, a sul da barra, esses impactes serão muito menores do que seriam na Restinga, apenas com dois metros de profundidade e de grande importância para captura de bivalves.

O projeto de melhoria das acessibilidades marítimas ao porto de Setúbal prevê a dragagem de cerca de 6,5 milhões de metros cúbicos de areia do estuário do Sado, que deverão ser depositados em três locais distintos: uma parte junto ao terminal ró-ró, para expansão dos terminais portuários, outra a sul da barra, e uma terceira, a mais polémica, na zona da Restinga, que constitui uma das principais zonas de captura para uma comunidade de cerca de 300 pescadores.

Apesar do compromisso assumido pela APSS, algumas associações cívicas que se têm manifestado contra as dragagens previstas no projeto de melhoria das acessibilidades marítimas ao porto de Setúbal, como o Clube da Arrábida, receiam que o anúncio da mudança de local de imersão de dragados seja apenas “mais uma manobra de diversão para os pescadores”.

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