O principal arguido do caso de abusos sexuais de crianças na quinta de Brejos do Assa, em Palmela, líder da falsa seita religiosa “Verdade Celestial”, foi esta terça-feira condenado a 23 anos de prisão.
Dos restantes sete arguidos, cinco (quatro homens e uma mulher) foram condenados a penas de prisão entre os sete e os 19 anos, enquanto outras duas mulheres foram absolvidas, segundo o acórdão hoje conhecido no Tribunal de Setúbal.
Os crimes constantes da acusação foram cometidos entre 2011 e 2015.
Recorde-se que nas alegações finais, o principal arguido no processo por alegado abuso sexual de crianças pediu para si próprio a pena máxima de 25 anos de prisão, mais do que tinha sido pedido pelo Ministério Público (23 anos).
O líder do grupo e principal arguido no processo, que se fazia passar por psicólogo e que se intitulava como mestre da falsa seita religiosa “Verdade Celestial” – uma capa, segundo a acusação, para esconder os alegados abusos sexuais de crianças –, estava acusado de dezenas de crimes de violação, lenocínio e pornografia de menores, entre outros.
Entre as vítimas dos crimes está o filho do principal arguido no processo, que terá sido vítima do pai.
O caso chegou ao conhecimento da Polícia Judiciária (PJ) de Setúbal, que, em Junho de 2015, efectuou uma operação policial que culminou com a detenção de oito pessoas – cinco homens e três mulheres.
Na mesma operação efectuada na quinta de Brejos do Assa, a polícia apreendeu computadores, colchões, vídeos e fotografias, elementos de prova no julgamento, que decorreu à porta fechada.
Os residentes nos Brejos do Assa nunca se terão apercebido do que realmente se passava, uma vez que as vedações altas ajudavam a esconder o que se passava no interior daquele espaço.
A sentença foi hoje conhecida.