28 Junho 2024, Sexta-feira

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Leonor Pereira: A enfermeira que foi cativada pela geriatria e em Setúbal descobriu o gosto pelas urgências

Leonor Pereira: A enfermeira que foi cativada pela geriatria e em Setúbal descobriu o gosto pelas urgências

Leonor Pereira: A enfermeira que foi cativada pela geriatria e em Setúbal descobriu o gosto pelas urgências

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O estágio no Hospital de São Bernardo fez Leonor Pereira repensar, e hoje combina a geriatria com o serviço de doentes críticos

 

Na cidade de Setúbal, a enfermeira Leonor Pereira encontrou a boa conjugação entre a o espaço urbano e o verde da Serra da Arrábida. “Uma cidade acolhedora”, diz. Foi o que sentiu quando estagiou no Hospital de São Bernardo, em Setúbal. “Estamos no meio citadino e logo, facilmente, também perto do mar e da serra”.

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Para si, por agora, é dado como certo que não moraria na capital. “Neste momento não me imaginava a viver em Lisboa”. Mais ainda, quando consegue o bem-estar que recebe da cidade sadina, “onde há abertura de mentalidades”, e também “acessibilidade até mesmo para conviver com o meio rural”.

Enfermeira generalista, tem combinado o serviço de urgência no Hospital de São Bernardo com o trabalho com a população idosa na Santa Casa da Misericórdia de Canha, no Montijo. Duas funções na saúde que a completam profissionalmente.

“Tinha 12 anos quando decidi que queria ser enfermeira”, conta. Uma das avós de Leonor Pereira ficou dependente de uma cadeira de rodas, entretanto o avô morreu e a ainda menina Leonor assumiu por “vontade própria” cuidar da avó. “Havia uma enfermeira que lá ia a casa tratar dela, e foi desse contacto que descobri que era aquele trabalho que queria fazer”.

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Quando chegou a altura de ingressar no ensino superior veio do Porto para a Universidade de Évora, uma experiência que diz ter sido “fantástica”, mas até lá teve de vencer um percurso que não foi fácil. “Por ter dislexia, tive de fazer terapia da fala até ao 12.º ano, foi um envolvimento que me impediu de ter media suficiente para entrar na Faculdade do Porto”, mesmo assim, colocou esta Faculdade como primeira opção e, como o ranking das escolas de enfermagem posicionava a de Évora em bom lugar, escolheu a da cidade alentejana como segunda opção. E acabou por viajar para estudar em Évora.

É a partir daqui que começa a estabelecer-se a ligação de Leonor Pereira com Setúbal. “No 4.º ano do curso, um dos estágios foi sobre ensino clínico na urgência do Hospital de Setúbal, e adorei, mesmo sendo um serviço complicado e exigente que obriga a muito conhecimento e resistência a nível físico e psicológico”.

Entretanto volta ao Porto para terminar o segundo semestre do 4.º ano; “por uma questão de mobilidade”, diz. Mas Setúbal já a cativara e, quando terminou a formação académica, voltou para trabalhar no hospital da cidade do Sado. “Entreguei o meu currículo espontaneamente e fui aceite”. Isto em 2020.

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A área da geriatria foi o ‘chamamento’ para ingressar em enfermagem, mas a passagem pelo serviço de urgência do São Bernardo mostrou-lhe outros horizontes. “Pensei que ira gostar mais dos cuidados de geriatria, mas quando estive nos serviços clínicos do Hospital de Setúbal comecei a ter dúvidas sobre qual a área de que mais gosto. Quando cheguei ao serviço de urgência percebi que o doente crítico é aquele que mais me cativa trabalhar, é o inesperado, o não haver uma rotina. Por isso, quando comecei a trabalhar, optei pelo serviço de urgência”.

Para complementar conhecimentos, Leonor Pereira esteve no serviço de urgência no privado: “Estou numa fase em que quero investir no doente crítico, mas sinto que estou também a precisar de uma coisa diferente, e decidi trabalhar na Santa Casa da Misericórdia de Canha. No fundo, sinto que vou complementar as duas áreas, geriatria e serviço de urgência doentes críticos”.

A enfermeira nascida no Porto, que estudou em Évora e que escolheu Setúbal e o Montijo para trabalhar, hoje com 23 anos, esclarece sobre o sentimento de algumas pessoas sobre os enfermeiros do serviço de urgência aparentarem, por vezes, serem frios no relacionamento: “Isso não é verdade”, afirma e explica: “Fazemos tudo com muita intensidade, temos de escolher rapidamente e com eficácia sobre o que é prioritário naquele momento para salvar um doente crítico”. É toda uma carga de adrenalina, um stress necessário e positivo que a leva a “gostar tanto do serviço de urgência”.

Depois da velocidade, exigência e responsabilidade do dia-a-dia de trabalho, Leonor Pereira, que se qualifica como “uma guerreira, teimosa e frontal que quando decide que quer uma coisa tem de a conseguir”, encontra na cidade de Setúbal, onde reside, o conforto para carregar energias.

“Gosto muito da natureza, e esse foi um dos motivos para vir para Setúbal. Aqui é fácil encontrar um escape para desanuviar da vida profissional”, e dá um exemplo: “Quando tenho turnos de trabalho mais difíceis, em vez de ir logo para casa vou até à Serra da Arrábida para respirar natureza”.

Outros escapes são a leitura e também pintar; “não é que saiba pintar, é o que me vem à mente, e com isso não penso e nada mais”. Nesta lista inclui ainda o gosto por cozinhar – há cinco anos que sou vegetariana -, e também prática desportiva que, entretanto, deixou de lado por falta de tempo para a coordenar em relação ao trabalho.

 

Leonor Pereira à queima-roupa

Idade: 23 anos

Naturalidade: Porto

Residência: Setúbal

Área: Saúde, Enfermeira

Quando cheguei ao serviço de urgência percebi que o doente crítico é aquele que mais me cativa trabalhar, é o inesperado, o não haver uma rotina

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