Nuno Carvalho, cabeça-de-lista do PSD por Setúbal, refuta ter sido o responsável pela elaboração do elenco de candidatos a deputados pelo distrito à Assembleia da República. O também vereador na Câmara Municipal de Setúbal defende que as recomendações que apresentou ao secretário-geral do partido, José Silvano, foram feitas com base nos nomes escolhidos pela distrital e pela nacional.
“Fui apanhado neste processo depois de esgotado o prazo limite estabelecido pela comissão política nacional à distrital para a indicação e ordenação de nomes a constar da lista”, começa por explicar Nuno Carvalho, sublinhando que “na véspera da reunião do Conselho Nacional não existia uma lista ordenada na comissão política nacional”.
“Por essa razão, recolhi os contributos dados a conhecer pela distrital à nacional e enviei um documento que combinava as duas indicações”, justifica, reforçando de seguida: “Assumo as recomendações que apresentei. Foram sempre entre os nomes aprovados pela comissão política distrital e em que sugeri a ordenação [de lugares] para três desses nomes, o terceiro, o quarto e quinto nomes da lista.”
Nuno Carvalho vai mais longe e revela que entre as escolhas apresentadas pela distrital à nacional constavam e constam vários nomes que nem sequer foram aprovados na reunião da comissão política distrital, presidida por Bruno Vitorino.
“Esses nomes foram indicados pela equipa da distrital [Bruno Vitorino, Paulo Ribeiro e António Salgueiro] que estava a negociar a [composição] da lista com a nacional”, atira, adiantando: “Estão os nomes de várias pessoas com os quais concordo e que foram indicados por essa equipa. Essas pessoas até já agradeceram publicamente o convite feito pela distrital.”
Logo, acrescenta Nuno Carvalho, “se esses nomes constam, é porque há contributo da negociação da lista, entre a comissão política nacional e a distrital”. E dá como exemplos os nomes de “Jaime Puna e Carlos Vitorino, irmão de Bruno Vitorino, entre outros”.
São nomes que “essa equipa indicou mas que não foram aprovados na reunião do órgão, embora isso não lhe retire legitimidade”.
A concluir, o número um do PSD pelo círculo eleitoral de Setúbal considera ainda que a discussão na praça pública só serve para desviar aquele que deve ser o foco do partido.
“Gerar equívocos nesta altura de campanha só contribui para que não se discutam os problemas que preocupam as pessoas, que é para esse propósito que esta lista serve”, faz notar, antes de rematar: “O nosso adversário está no Partido Socialista e o nosso desafio nos problemas que o PS não conseguiu resolver nestes quatro anos.”