Martim Ribeiro entrou em Engenharia Aeroespacial após terminar ensino secundário com média de 19,5 valores
Martim Miguel Prata Ribeiro, residente em Setúbal, conseguiu garantir um lugar no curso com a média mais elevada do país, após ter terminado o ensino secundário com média de 19,5 valores.
O jovem, de 18 anos, que frequentou o Saint Peter’s School, confessou que a escolha por o curso de Engenharia Aeroespacial sempre foi um grande objectivo, uma vez que tinha “um interesse no espaço desde que era criança”. Em entrevista a O SETUBALENSE, o jovem explica que agora está mais focado no processo de construção de veículos e de equipamentos para ir para o espaço.
“Eu sempre tive um interesse no espaço desde que era criança. E nesta área em geral, ao início, como criança, queria tornar-me astronauta. Agora estou mais interessado no próprio processo de construção dos veículos e do equipamento para ir para o espaço, por isso eu queria entrar em aeroespacial para poder ter as qualificações para entrar nessa área”.
O curso de Engenharia Aeroespacial é o que tem a nota de acesso mais elevada, em que o último aluno a entrar tinha média de 18,86 valores (numa escala de zero a 20).
Martim Miguel Prata Ribeiro teve 19,1 e 19,7 valores a física e a matemática, respectivamente, as duas disciplinas às quais realizou exames para o acesso ao ensino superior e que o ajudaram a manter a média de 19,5 valores com que entrou em Engenharia Aeroespacial, no Instituto Superior Técnico.
O jovem confessou que a entrada neste curso resulta do esforço realizado durante vários anos. “Senti-me muito feliz e aliviado, porque finalmente após anos de trabalho deram lucro, deram-me o que eu estava à procura e todo o meu esforço foi recompensado. Fez com que tudo valesse a pena”.
Martim considera que a atenção da Imprensa ao curso, por ter a média de entrada mais alta, pode beneficiar-lhe no futuro. “É bom sinal saber como o meu curso está a ser reconhecido. Vai ser bom para as minhas oportunidades de carreira futuras porque vai ser um feito reconhecível no meu currículo”.
O jovem setubalense já havia participado na iniciativa ‘Astronauta por um Dia’, estando agora mais próximo de alcançar os seus objectivos. “Quando eu estava naquele curso e já tinha dito anteriormente, já sabia que este era o caminho que eu queria seguir e que a questão do ‘Astronauta por um Dia’ dava legitimidade à minha escolha”.
Quanto ao futuro, Martim já está muito atento, não só a nível de prosseguir os estudos, como também na procura de emprego. “A minha ambição passa por ir para o estrangeiro, tanto para arranjar trabalho como se calhar até para estudar. Eu tenho estado a investigar algumas universidades já no estrangeiro para fazer o meu mestrado. Já pensei na Universidade de Toulouse, e também numa holandesa, a Universidade Técnica de Delft, só que ainda não sei, ainda gostava de ver os protocolos que eles têm de Erasmus com o Instituto Superior Técnico. Sem dúvida que eu gostava de ir para o estrangeiro, tanto para estudar como para arranjar trabalho”.
Martim tinha sido ‘Astronauta por um Dia’
Martim Ribeiro pode afirmar com orgulho que aos 17 anos teve uma oportunidade única, a que poucos têm acesso: ser astronauta por um dia.
O jovem de Setúbal foi um dos 30 finalistas da iniciativa Zero-G Portugal, promovida pela Agência Espacial Portuguesa, a partir da qual participou num voo parabólico, com partida do Aeroporto de Beja, e experienciar a sensação de gravidade zero.
A O SETUBALENSE, o jovem sadino garantiu, após realizar este voo, que esta foi “uma experiência única” para a qual não tem palavras. “Foi mágico. A experiência de andar no avião…Nem tenho palavras para a descrever. Foi única”.
Com a duração de duas horas, o avião sobrevoou a costa portuguesa. Martim Ribeiro confessou que o mais surpreendente foi conseguir flutuar tão facilmente ao ponto de não distinguir o chão do tecto. “A sensação é única. Conseguir flutuar e colocar-me no tecto é incrível. Não sentimos diferença nenhuma entre o que é o chão e o que é o tecto”, referiu.