Inês Jorge conta já com cerca de 60 taças, alcançadas em competições por Espanha, Itália, Turquia e México
Desde 2015 que o mundo da competição de pestanas e unhas tem presenciado o talento e trabalho da jovem setubalense Inês Jorge. A artista de apenas 25 anos já conquistou mais de uma centena de distinções a nível mundial, das quais se destacam as 60 taças alcançadas em competições por Espanha, Itália, Turquia e México.
A paixão por este meio foi crescendo lentamente, consolidando-se definitivamente quando começou a competir. Apesar de a concorrência ser forte, em especial de participantes da Rússia, Ucrânia e China, foi aí que Inês Jorge descobriu e entendeu a expressão artística que o meio oferece. “Desperta em mim algo que eu não consigo explicar”, afirmou a jovem a O SETUBALENSE.
A sua primeira prova aconteceu há seis anos, quando ainda estudava economia. Nesse ano, ao ser convidada a estrear-se na Feira de Estética em Lisboa, aceitou o desafio reticente e sem saber o que apresentar. “Eu nem sabia bem para o que é eu ia”, confessa a artista.
Apesar do nervosismo e de alguma natural atrapalhação, a participação correu melhor do que esperava, já que numa das categorias, onde as peças são feitas em casa para serem apresentadas em prova, conseguiu um terceiro lugar.
Foi algo, garante a jovem, completamente inesperado, uma vez que competiu sem qualquer expectativa. Começou, nessa altura, a trabalhar na área. “Foi-me feito um convite por parte da minha formadora e entrei neste mundo”, explica a ‘nail artist’ setubalense.
Ao sucesso mundial que tem obtido nas unhas, mais recentemente juntou o trabalho com as pestanas. “Não é apenas fazer e apresentar um bom trabalho. É um todo. É preciso que elas [pestanas] sejam um elemento bom, num conjunto onde entra a maquilhagem e o cabelo”.
As pessoas tornam-se, então, telas nas mãos de Inês Jorge, que as transforma em obras de arte complexas e atractivas, depois de muitas horas de trabalho.
Assim como no meio da manicure, também tem coleccionado distinções várias a nível global, em que se destaca a recente conquista do prémio de “Lash Artist” de 2021, vencendo a votação online promovida pela SR Signature Championships, onde bateu, com 319 votos favoráveis, as restantes nomeadas.
Sobre as fortes adversárias que costuma enfrentar, explica que “é natural que assim o seja”, visto que “este tipo de concursos são muito mais falados lá fora, têm mais recursos e mais formação”.
Mas essa concorrência, apesar da natural competitividade, está longe de ser feroz, sendo até muito amigável e cooperante. “Estamos sempre a aprender umas com as outras”, garante.
Paixão pela área foi crescendo lentamente
Um dos elementos importantes para o seu sucesso, além do talento e trabalho, tem sido o apoio que tem recebido da família e amigos, o seu suporte desde o primeiro momento. “Estão sempre disponíveis para me ajudar. Às vezes peço para fazer modelo das minhas peças, ou para tirarem as fotografias”, conta a artista.
No entanto, este seu gosto pelo ramo não foi imediato e foi, em muito, influenciado pela sua mãe, cabeleireira de profissão. “Eu não gostava nada disto. Na altura, estava até a tirar economia”, confessa a artista, revelando que pretendia seguir a sua vida académica, sem nunca pensar que algum dia trabalharia na área dos cuidados de beleza.
“A minha mãe mostrou-me um curso de unhas, gostei dos desenhos, mas ainda não me via a fazer aquilo”, justifica. “Odiava, detestava aquilo. Até que comecei a entender e a procurar mais sobre o assunto”, acrescenta. Pode-se dizer que foi um caso de “primeiro estranha-se e depois entranha-se”.
Tal como nas unhas, aventurou-se para as pestanas com receio por não ter qualquer interesse ou formação para trabalhar a maquilhagem. “Não tinha muita paciência para o fazer. Muitas das vezes pedia a outras pessoas e dedicava-me apenas às pestanas. Agora aventuro-me mais”.
Para o futuro, tem a ambição de dar continuidade às suas conquistas, vencendo mais prémios e conquistando mais desafios por lugares diferentes. Tem o desejo especial de que, daqui a pouco tempo, haja mais visibilidade nas competições, não só para melhorar a área, mas também para que mais pessoas, talvez futuros artistas, fiquem a conhecer o meio.