IPSS lança “pedido aflito de socorro”

IPSS lança “pedido aflito de socorro”

IPSS lança “pedido aflito de socorro”

IPSS está perante uma situação difícil que já obrigou ao despedimento de vários elementos. Em causa poderá estar o acompanhamento a mais de cem crianças e jovens do distrito e respectivas famílias

 

 

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A Meninos de Oiro, Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), sedeada em Azeitão, está em risco, devido a graves dificuldades financeiras.

“Tivemos que proceder ao despedimento de parte da nossa equipa que, mesmo sendo menor agora, vai continuar a esforçar-se ao máximo para manter o trabalho de qualidade que tanto nos orgulha”, começa por dizer Maria do Céu Guitart, fundadora e directora da associação, a O SETUBALENSE – DIÁRIO DA REGIÃO.

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“Os nossos técnicos não têm mãos a medir. O trabalho que realizamos exige muita regularidade, no acompanhamento das crianças, jovens e famílias. E, mesmo com menos pessoas, é importante que continuemos a acompanhar as famílias, porque elas não têm mais ninguém. Ficarem sem apoio nenhum seria horroroso”, adianta. As alterações na equipa exigem um maior esforço de todas as partes, e num período difícil como este todas as ajudas serão bem-vindas, mas a presidente garante não baixar os braços: “este é um trabalho que mais ninguém faz, é um trabalho muito escondido mas fundamental. Precisamos de continuar a fazer este trabalho com orgulho, no terreno. Existimos há 16 anos aqui, já apoiámos mais de mil crianças e jovens e queremos continuar”.

 

Criada em 2002, a Meninos de Oiro tem, desde 2003, o estatuto de IPSS e mantém um acordo de cooperação com a Segurança Social. Serve, para além de Azeitão, Setúbal, Quinta do Conde, Sesimbra, Almada e Seixal, acompanhando mais de cem crianças e jovens em risco. O acompanhamento é feito não apenas à criança mas a todo o agregado familiar por uma equipa técnica “que faz formação contínua, é profissionalmente muito capaz e é também extremamente humana e carinhosa”.

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É este acompanhamento que Maria do Céu teme que falte e por isso mesmo lança um apelo, um pedido de ajuda: “A Meninos de Oiro, pela primeira vez, vê-se na obrigação de lançar este grito, este pedido aflito de socorro, porque acredita em milagres e, se assim não fosse, não estaria a fazer pequenos milagres todos os dias”.

 

Com a defesa dos direitos da criança e a promoção da melhoria das condições de exercício da parentalidade como principais objectivos, a instituição intervém em três pontos-chave: o da preservação familiar, para prevenir a retirada da criança ou jovem do seu meio natural de vida; o da reunificação familiar, com intervenção focalizada e intensiva com vista ao regresso da criança ou jovem ao seu meio familiar; e o ponto de encontro familiar, com manutenção ou restabelecimento dos vínculos familiares nos casos de interrupção ou perturbação grave da convivência familiar. Entre o atendimento social e psicológico, a escola de pais, a ajuda alimentar e a equipa de intervenção directa, uma das valências com maior importância actualmente é o Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental. “Fomos o segundo CAFAP que apareceu na Margem Sul, há mais de dez anos, e a que chamamos ‘O Farol’ precisamente por querermos que seja a luz que oriente as famílias para um bom caminho”, explica.

 

Da história faz também parte um terreno “cedido e posteriormente retirado pela Câmara Municipal de Setúbal”, como explica a presidente da Meninos de Oiro: “pelo que nos foi dito, o terreno será entregue a outra instituição, de apoio a crianças autistas, e foi-nos entretanto prometido um outro espaço. Estamos neste momento a tratar da documentação para assinarmos a escritura de reversão com a autarquia”. Contactada por O SETUBALENSE – DIÁRIO DA REGIÃO, a Câmara Municipal diz não ter “comentários a fazer sobre esta matéria”.

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