Fogo que gerou pânico provocou dez feridos ligeiros mas apenas uma casa sofreu alguns danos na cobertura. Várias corporações de bombeiros e um helicóptero mantiveram-se no local durante a manhã desta quarta-feira, a consolidar extinção e prevenir reacendimentos. Fogo foi dominado à noite e as pessoas começaram a regressar a casa às 23h30
O incêndio que deflagrou na terça-feira à entrada da cidade de Setúbal estava durante a manhã desta quarta-feira em fase de rescaldo, com várias corporações de bombeiros no local.
O fogo foi dominado à noite e os moradores da Reboreda e do Viso autorizados a regressar às suas casas pelas 23:30, informou a Protecção Civil Municipal.
Apesar da situação de pânico que se chegou a viver quando o incêndio ameaçava dezenas de prédios e habitações, os bombeiros contabilizam apenas dez feridos ligeiros, todos por inalação de fumos, sete dos quais foram transportados ao Hospital de São Bernardo e só uma moradia sofreu alguns danos na cobertura.
O incêndio que deflagrou cerca das 18:00 de terça-feira no Casal dos Combros, à entrada de Setúbal, propagou-se rapidamente a uma encosta de mato junto à zona urbana da Reboreda, com dezenas de moradias e de prédios, alguns dos quais com cinco pisos.
Muitas famílias tiveram de abandonar temporariamente as suas casas, bem como os hóspedes de uma unidade hoteleira, que foram distribuídos por outros hotéis do concelho de Setúbal. A evacuação decorreu de forma eficaz e não há conhecimento de qualquer incidente, mas o incêndio assustou os moradores da Reboreda e do Viso.
“Fiquei muito assutada. O ano passado assisti ao incêndio de perto. Este ano não estava em casa, mas quando vi as chamas e o fumo, mesmo de longe, percebi logo que era muito mais grave. Prova disso é que o ano passado não precisaram de fazer nenhuma evacuação e este ano tiveram de retirar muitas pessoas das suas casas”, disse à agência Lusa Donzília Cristóvão, moradora no Largo Aquilino Ribeiro.
“Penso que a medidas – evacuação de dezenas de prédios e habitações – foram adequadas. O fogo esteve muito próximo, lambeu as casas todas aqui à volta. O ano passado tivemos um incêndio idêntico, mas este ano foi muito pior”, acrescentou Filipe Aldeia, morador na Reboreda.
Obrigada a sair de casa devido ao incêndio, Marília Rodrigues, de 67 anos, também assistiu preocupada ao desenrolar dos acontecimentos e só respirou de alívio quando recebeu autorização para regressar a casa.
“Ofereceram-nos a possibilidade de nos abrigarmos no Centro Paroquial da Anunciada, mas não foi preciso”, disse.
Segundo a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, o incêndio atingiu uma zona de mato, num terreno em que a autarquia já tinha iniciado os procedimentos para a posse administrativa.
“A Câmara Municipal já tomou posse administrativa de 40 hectares, que nós limpámos em cerca de dois meses. Os proprietários, como é óbvio, terão de nos pagar cerca de 500 euros”, disse Maria das Dores Meira.
Para o combate ao incêndio foram mobilizados cerca de 200 operacionais, apoiados por 63 viaturas, de todas as corporações de Bombeiros Voluntários da Península de Setúbal e mais duas dos distritos de Évora e de Lisboa.
A EN10, cortada ao trânsito ao final da tarde de terça-feira, no troço entre o hospital da Luz e a avenida General Daniel de Sousa, já foi reaberta e a circulação está a decorrer normalmente.
DIÁRIO DA REGIÃO com Lusa